Starlink é o nome de uma rede de satélites que a empresa espacial privada SpaceX está desenvolvendo para fornecer internet de baixo custo para locais remotos. Enquanto a SpaceX eventualmente espera ter até 12.000 satélites nesta chamada “Mega Constelação”, o tamanho e a escala do projeto confundiram astrônomos e observadores amadores do céu, que temem que os objetos brilhantes em órbita interfiram nas observações do universo.
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Abaixo confira tudo o que você precisa saber sobre os Satélites da Starlink. Além disso, também veja como achar eles no Brasil.
O plano inicial
A proposta de internet via satélite da SpaceX foi anunciada em janeiro de 2015. Embora não tivesse um nome na época, o CEO Elon Musk disse que a empresa havia entrado com documentos junto aos reguladores internacionais para colocar cerca de 4.000 satélites em órbita baixa da Terra.
“Estamos realmente falando sobre algo que é, a longo prazo, como reconstruir a internet no espaço”, disse Musk durante um discurso em Seattle ao revelar o projeto.
A estimativa inicial de Musk do número de satélites logo cresceu, pois ele esperava capturar uma parte do mercado mundial de conectividade à Internet estimado em US$ 1 trilhão para ajudar a alcançar sua visão de colonização de Marte. Assim, a Comissão Federal de Comunicações dos EUA (FCC) concedeu à SpaceX permissão para voar 12.000 satélites e talvez até 30.000 eventualmente.
Para colocar isso em perspectiva, apenas cerca de 2.000 satélites artificiais orbitam a Terra atualmente. Além disso, apenas 9.000 já foram para o espaço em toda a história, de acordo com o “Escritório das Nações Unidas para Assuntos do Espaço Exterior“.
Os primeiros lançamentos
A SpaceX lançou suas primeiras duas naves de teste Starlink, chamadas TinTinA e TinTinB, em 2018. Assim, a missão correu muito bem. Com base nos dados iniciais, a empresa solicitou aos reguladores que sua frota pudesse operar em altitudes mais baixas do que o planejado originalmente, e a FCC concordou.
Os primeiros 60 satélites da Starlink foram ao espaço em 23 de maio de 2019, a bordo de um foguete SpaceX Falcon 9. Dessa forma, os satélites alcançaram com sucesso sua altitude operacional de 340 milhas (550 km). Isso seria baixo o suficiente para serem puxados para a Terra pelo arrasto atmosférico em alguns anos para que não se tornem lixo espacial depois de morrerem.
Como funcionam os satélites da Starlink?
Cada satélite Starlink pesa 500 libras (227 kg) e é aproximadamente do tamanho de uma mesa, de acordo com a revista Sky & Telescope.
Em vez de enviar sinais de internet por cabos elétricos, que devem ser colocados fisicamente para alcançar lugares distantes, a internet via satélite funciona transmitindo informações através do vácuo do espaço, onde viaja 47% mais rápido do que em cabos de fibra ótica, informou o site Business Insider.
A Internet via satélite atual funciona usando grandes espaçonaves que orbitam 22.236 milhas (35.786 km) acima de um ponto específico na Terra. Mas, a essa distância, geralmente há atrasos bem significativos no envio e recebimento de dados. Por estarem mais perto de nosso planeta e em rede juntos, os satélites da Starlink devem transportar grandes quantidades de informações rapidamente para qualquer ponto da Terra, mesmo sobre os oceanos e em locais bem difíceis de alcançar onde cabos de fibra óptica seriam caros para instalar.
Além disso, Musk disse que a rede Starlink seria capaz de fornecer uma cobertura “menor” de internet depois que 400 espaço naves estivessem funcionando, e a cobertura “moderada” depois que cerca de 800 satélites se tornassem operacionais.
Controvérsia sobre a Starlink
Poucos dias após o primeiro lançamento, os observadores do céu avistaram um cordão linear de pérolas de luzes enquanto os satélites zuniam no início da manhã. Além disso, guias na web mostraram a outros como rastrear a nova “exibição espetacular”.
“Esta foi uma visão incrível, e eu estava fazendo ‘Ow!’ quando o brilhante ‘trem’ de objetos entrou no campo de visão “, disse o rastreador de satélite Marco Langbroek, para o site Space.com por e-mail. “Eles eram mais brilhantes do que eu esperava.”
Esse brilho foi uma surpresa para quase todos, incluindo a SpaceX e a comunidade astronômica. No entanto, os pesquisadores começaram a entrar em pânico e compartilharam fotos de rajadas de satélite em seus dados, como esta do Observatório Lowell, no Arizona.
Dessa forma, eles expressaram particular preocupação com as imagens futuras de telescópios altamente sensíveis, como o Observatório Vera Rubin (anteriormente conhecido como Grande Telescópio de Pesquisa Sinóptico), que estudará todo o universo em detalhes requintados e deverá estar online em 2022. Por fim, os “Radio astrônomos” também estão planejando interferências de antenas baseadas em rádio da Starlink.
Outras preocupações
A União Astronômica Internacional expressou preocupação em um comunicado divulgado em junho de 2019. “As constelações de satélites podem representar uma ameaça significativa ou debilitante para importantes infraestruturas astronômicas existentes e futuras, e pedimos aos seus projetistas e implantadores, bem como aos legisladores, que trabalhem com a comunidade astronômica em um esforço concentrado para analisar e compreender o impacto das constelações de satélites “, disse o comunicado.
Além disso, a SpaceX recebeu mais reações em setembro de 2019, quando a Agência Espacial Europeia (ESA) anunciou que havia direcionado seu satélite Aeolus para realizar manobras evasivas e evitar colidir com o “Starlink 44”, um dos primeiros 60 satélites da “Mega Constelação”. A agência entrou em ação depois de saber com os militares dos EUA que a probabilidade de uma colisão era de 1 em 1.000. Esse número seria 10 vezes maior do que o limite da ESA para conduzir uma manobra para evitar colisões.
O que a SpaceX planeja fazer?
A SpaceX declarou que trabalhará com organizações e agências espaciais para mitigar os impactos de sua “Mega Constelação”. Dessa forma, ela deu continuidade à implantação do Starlink. A empresa lançou um segundo lote de satélites em novembro de 2019 e um terceiro em janeiro de 2020, e iniciou o serviço de internet de banda larga durante o ano passado.
Além disso, a SpaceX tentou amenizar as preocupações dos astrônomos sobre o efeito do Starlink no céu noturno. Assim, no lote de janeiro de 2020, um satélite Starlink, chamado DarkSat, foi pintado em uma camada experimental parcialmente preta projetada para reduzir seu brilho.
“A SpaceX está bem comprometida em encontrar um caminho a seguir para que o nosso projeto Starlink não impeça o valor da pesquisa que todos vocês estão realizando”, disse Patricia Cooper, vice-presidente de assuntos governamentais de satélites da SpaceX, aos astrônomos em uma reunião de janeiro de 2020 da American Astronomical Society em Honolulu.
Mas o grande número de satélites em “Mega Constelações” da SpaceX e outras empresas espaciais privadas, como a OneWeb, sugere que esses problemas continuarão. Dessa forma, os defensores pediram maiores regulamentações das agências governamentais.
“Aqui está um presente para os líderes do mundo, uma tarefa mais apartidária do que qualquer outra que já existiu: proteger nossos céus”, escreveu o astrólogo Arwen Rimmer na The Space Review, uma publicação online semanal dedicada a ensaios e comentários sobre espaço, no início de 2020.
Como achar os satélites da Starlink no Brasil?
A ferramenta para conseguir achar os satélites da Starlink recebe o nome de Find Starlink. No entanto, ela foi criada independentemente da empresa de Elon Musk. Além disso, vale lembrar que ela pode ser usada tanto no navegador, quando no Android ou iOS.
- Primeiramente, acesse o site findstarlink.com;
- Em seguida, selecione o método de busca: se por coordenadas ou por nome;
- Por nomes, há uma seleção de cidades brasileiras para escolher, selecione alguma delas (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis e entre outras);
- Por exemplo, ao selecionar “São Paulo”, as informações referentes aos dias, horários e direção que os satélites Starlink podem ser vistos aparecerão em “Times with […] visibility”. Neste exemplo: 12 de maio, às 18h08, por 6 minutos se olhar de noroeste para sudeste (use a bússola ou um app de mapas para orientar-se);
Além disso, se desejar inserir os dados de alguma cidade não listada pelo Find Starlink, vá até o Google Maps para saber as coordenadas do local.
- Primeiramente, acesse maps.google.com;
- Em seguida, pesquise pelo local e depois mantenha o clique em algum ponto do mapa;
- Um balão aparecerá no rodapé, com as informações das coordenadas. Dessa forma, digite esses números no Find Starlink, usando a guia “By Coordinates” (não pode ser o número todo, o site apenas aceita os dois primeiros dígitos de cada coordenada — no exemplo 22 Sul e 47 Oeste).
Perguntas Frequentes
1. Primeiramente, acesse o site findstarlink.com;
2. Em seguida, selecione o método de busca: se por coordenadas ou por nome;
3. Por nomes, há uma seleção de cidades brasileiras para escolher, selecione alguma delas (São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Fortaleza, Florianópolis e entre outras);
4. Por exemplo, ao selecionar “São Paulo”, as informações referentes aos dias, horários e direção que os satélites Starlink podem ser vistos aparecerão em “Times with […] visibility”. Neste exemplo: 12 de maio, às 18h08, por 6 minutos se olhar de noroeste para sudeste (use a bússola ou um app de mapas para orientar-se);
Atualmente, a Starlink oferece conexões com média de 100 Mb/s (megabits por segundo) no programa beta. Além disso, alguns participantes já registraram taxas variando entre 170 e 210 Mb/s.
Cada um pesa cerca de 250 kg e tem um tamanho parecido com o de uma mesa de jantar.
Atualmente, a “Mega Constelação” já soma mais de 1200 satélites.
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