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A Microsoft “empurra” o novo Edge Chromium nos usuários da mesma forma que vigaristas tentam passar malwares para os usuários.

É engraçado escrever isso, mas atualmente existem duas Microsofts: uma que vem se reinventando com produtos renovados, preços acessíveis, aberta e outra que nos lembra o demônio da década de 90 e início dos anos 2000.

A primeira é uma reinvenção da empresa sob o comando do competente Satya Nadella e a sua visão progressista para os produtos da gigante de Redmond.

Visão progressista essa que abraçou o Linux, que matou o Windows Phone em prol do Android, que transformou seu principal produto em software as a service quando liberou o Windows 10 gratuito para todos.

Até quem tinha Windows pirata conseguiu “lavar” a sua licença para uma genuína.

No entanto, a segunda é um resquício da era Gates/Ballmer, visa somente o lucro e que, no melhor estilo Pinky e Cérebro, quer dominar o mundo usando sua posição estratégica para minar concorrentes potenciais.

A prática da empresa com a distribuição do Edge Chromium está lembrando muito a segunda Microsoft, odiada por todos e que chegou a ser alvo de investigação do DOJ por prática anticompetitiva.

Conheça o Edge Chromium, aposta da Microsoft para voltar a dominar o mercado de navegadores de internet.

Ok, mas o Microsoft Edge é um malware?

Vírus de computador

Responder que sim seria afirmação forte, mas analisemos: malware é um software indesejado, que se instala sem autorização, acessa os seus dados sem permissão e faz de tudo para impedir sua remoção.

Só para ficar na definição curta e simples.

Observando o Edge Chromium: a maioria das pessoas não deseja instalar, a Microsoft força a instalação via Windows Update como uma atualização, acessa seus dados de navegação no Chrome, altera o navegador padrão e alerta que sua remoção não deve ser executada pelo usuário.

Bom, comparados os parágrafos acima, pelo menos semanticamente, o navegador de Redmond é um malware.

Então, qual a lógica de tal prática?

Distribuir o navegador pelo Windows Update como uma atualização do Windows 10, forçando a substituição do Edge legado já é algo invasivo.

Pior: a Microsoft está fazendo o mesmo para quem ainda usa o Windows 8.1, 8 e, pasmem, o Windows 7.

Só para lembrar: O suporte para atualizações do Windows 7 se encerrou antes do Microsoft Edge ser lançado.

Ou seja, para corrigir potenciais problemas de segurança o suporte do sistema mais antigo já foi encerrado, mas para forçar o usuário a ter o seu novo navegador instalado não.

O desejo da Microsoft com essa prática é fazer o Edge Chromium ganhar território sobre o Google Chrome, usando para isso a penetração do Windows e táticas questionáveis.

Não que isso seja uma novidade para Redmond: Vários computadores ao redor do mundo foram atualizados compulsoriamente para o Windows 10, sem a autorização de seus usuários.

Só vou colocar esse link para ficar em um exemplo apenas.

Desde que o Chrome foi lançado ele cresceu organicamente e assumiu o posto de navegador mais usado.

O Chrome foi pensado desde o início para ser integrado a todos os servidos da gigante de buscas e isso atraiu muitos usuários.

Esse crescimento e perda do domínio do filão dos browsers incomoda a Microsoft há anos. Dizem que informação é poder. Qual software do seu computador sabe mais da sua vida?

Então é perigoso usar o Edge Chromium?

Se você não se incomodar com o fato dele chupinhar os dados do Chrome ao ser instalado, ele não é um software projetado para ser perigoso.

Apesar da prática da Microsoft forçando a instalação dele nos computadores com Windows ser igual a distribuição de malwares, o objetivo dele não é ser um.

O Microsoft Edge atual tem o código fonte do seu motor, o Chromium, aberto, portanto pode ser escrutinado. Tudo o que a MS adicionar nesse código também será aberto.

Como é baseado no mesmo motor do Google Chrome, ambos são compatíveis. A diferença entre eles reside “apenas” nas integrações nativas: no Chrome os serviços são do Google, no Edge são da Microsoft.

Até mesmo os complementos do Chrome são compatíveis com o Edge, o que permite uma transição suave em qualquer dos sentidos.

De forma muito superficial, pode-se dizer que o nível de segurança de ambos é igual. Entretanto há de se observar que há muito código proprietário da Microsoft no Chrome, ou seja, nessa parte não podemos garantir nada.

Assim como não dá para garantir que no Chrome, que tem código proprietário do Google, também não há falhas.

Como evitar a instalação automática do Microsoft Edge?

É nesse ponto que começa a parte ruim da história: ele não deveria nunca ter sido instalado nos computadores dos usuários sem autorização.

O Edge Chromium é oferecido como uma atualização opcional no Windows Update. Isso quer dizer que ele faz parte de um grupo de atualizações que não são críticas ao funcionamento do sistema operacional.

Forçar a instalação do navegador nas máquinas dos usuários foi uma arbitrariedade, motivo pelo qual a polêmica se instaurou.

Resumindo: tecnicamente, pela classificação como opcional, ele jamais deveria ter sido instalado, então não há como evitar que a Microsoft force a instalação dele no seu computador.

Conhecendo a Microsoft, não esperem que seja a última vez.

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