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Joe Belfiore acabou de liberar no Twitter informações sobre aquilo que estávamos em dúvida e confirmou nossas suspeitas… o Microsoft Edge não será descontinuado, nem será trocado por um novo browser feito a partir do zero, mas sim! a Microsoft confirmou que passará a ser uma das maiores apoiadoras do Projeto Chromium e usará o código deste projeto open source para aprimorar seu browser padrão.

Veja a seguir parte do comunicado oficial:

“Nos últimos anos, a Microsoft aumentou significativamente a participação na comunidade de softwares livres (OSS), tornando-se um dos maiores apoiadores do mundo de projetos de OSS no mundo. Hoje, estamos anunciando que pretendemos adotar o projeto de código aberto Chromium no desenvolvimento do Microsoft Edge para desktops para criar uma melhor compatibilidade da Web para nossos clientes e menos fragmentação da Web para todos os desenvolvedores da Web. Disse Joe Belfiore, Vice-Presidente Corporativo do Windows.

Como parte disso, pretendemos nos tornar um contribuidor significativo para o projeto Chromium, de uma forma que ele pode tornar não apenas o Microsoft Edge – mas também outros navegadores – melhores em PCs e outros dispositivos.” Completou ele.

De uma forma em geral não é uma novidade tão grande assim trabalhar com código aberto no Microsoft Edge, isso porque desde o seu lançamento na Play Store para o Android que a Microsoft já vinha aproveitando o código do Google Chrome e a engine Blink. O que estamos vendo agora é um investimento nessa ferramentas na versão desktop do browser.

Joe também lembrou que eles usam o código-fonte aberto para vários recursos do Microsoft Edge para desktops (por exemplo: Angle, Web Audio, Brotli) e que eles começaram a fazer contribuições no projeto Chromium para ajudar a navegar em novos dispositivos Windows baseados em ARM.

Qual o objetivo maior disso?

O objetivo é abraçar o modelo de código aberto já tão bem estabelecido que vem funcionando efetivamente há anos: contribuições significativas e positivas que se alinham à arquitetura de longa data, cuidadosamente projetadas, e à engenharia colaborativa. A ideia é procurar juntos pelo melhor resultado para todas as pessoas que usam a Web em vários dispositivos.

Ainda segundo Joe, as pessoas que usam o Microsoft Edge (e potencialmente outros navegadores) terão uma compatibilidade aprimorada com todos os sites da Web, obtendo a melhor duração de bateria e integração de hardware em todos os tipos de dispositivos Windows.

E para quem desenvolve?

Os desenvolvedores focados na Web terão uma plataforma web menos fragmentada para testar seus sites, garantindo que haja menos problemas e um maior satisfação dos usuários de seus sites; e como a intensão é manter o entendimento orientado a serviços do Microsoft Edge de sites herdados somente do IE, a TI corporativa terá compatibilidade aprimorada para aplicativos da Web antigos e novos no navegador que acompanha o Windows.

Mudanças não visíveis aos usuário ocorrerão nos próximos anos

Muito provavelmente a nova abordagem deve passar pela adoção de um novo motor de renderização para o Microsoft Edge, neste caso, o Blink, que é o mesmo usado pelo Google Chrome e pelo Opera, embora Joe não tenha falado isso de forma clara, porém, é o passo mais sensato em direção ao objetivo principal dessa iniciativa.

O fato do Edge estar caminhando para esse caminho ainda trará a vantagem dele passar a ser atualizado de forma independente do sistema operacional Windows, que é como acontece hoje e essa sim pode ser uma mudança que poderá ser vista “a olho nu” pelos usuários.

Pensando nas mudança a Microsoft traçou o seguinte plano:

  1. O Microsoft Edge para desktop migrará para uma plataforma Web compatível com o Chromium – A intenção é alinhar a plataforma da web do Microsoft Edge simultaneamente com padrões da web e com outros navegadores baseados no Chromium. Isso fornecerá compatibilidade aprimorada para todos e criará uma matriz de teste mais simples para desenvolvedores da Web;
  2. O Microsoft Edge agora será entregue e atualizado para todas as versões suportadas do Windows e com uma cadência mais frequente Espera-se que esse trabalho permita levar o Microsoft Edge para outras plataformas, como o macOS (e se der mole vai parar até no Ubuntu e variantes). Melhorar a experiência da plataforma web para usuários finais e desenvolvedores requer que a plataforma web e o navegador estejam consistentemente disponíveis para o maior número possível de dispositivos. Para conseguir isso, eles evoluirão o código do navegador de forma mais ampla, para que o modelo de distribuição da empresa ofereça uma experiência + plataforma atualizada do Microsoft Edge em todas as versões suportadas do Windows, mantendo os benefícios da integração do navegador com o Windows.
  3. A Microsoft se compromete a ajudar na evolução da plataforma da web para melhorar os navegadores baseados no Chromium em dispositivos Windows – A filosofia da empresa de oferecer maior participação no código aberto do Chromium incluirá a contribuição da “nova tecnologia benéfica”, consistente com alguns dos trabalhos descritos acima.

A Microsoft entende que o passo dado pela empresa hoje é bom para seus clientes, parceiros e seus negócios – e reafirma que pretende contribuir ativamente para esse fim.

Devo me preocupar com a mudança?

Se você é um usuário final do aplicativo não precisará tomar nenhuma ação. Como a mudança será gradativa, poucos perceberão o que está rolando por trás dos planos. Já para quem é desenvolvedor muda e muito, então, clique aqui para se juntar a comunidade DEV que atua com isso para ficar ligado em tudo.

E para que fique claro, o Project Chromium não é a versão Beta do Google Chrome ou algo do gênero. De fato, engenheiros do Google contribuem muito com o Projeto Chromium, porém, este último é um projeto de código aberto e praticamente qualquer um pode contribuir também. Também é bom frisar que a adoção do código do Chromium não trará aplicações Google para dentro da Microsoft Store, isso porque o Projeto Chromium é independente do Google, de seus apps e sua loja.

Fonte: Microsoft