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Venda da Oi: O pedido de falência da Oi —que já se arrastava por quatro anos— teve um desfecho nessa segunda-feira (14), quando Vivo, Claro e TIM venceram um leilão para a compra da Oi Móvel por R$ 16,5 bilhões. A operação ainda vai ser analisada pela Anatel (Agência Nacional das Telecomunicações) e o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). Mas o que isso causa no mercado? Dessa forma, a possível saída da Oi vai reduzir a competição, Restante apenas as outras três operadoras.

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Mas isso não deve ser visto como algo ruim pelos clientes. Há uma grande possibilidade da recepção do sinal melhorar para estes clientes, pois suas ex-rivais contam com cobertura melhor que a da Oi. Em contra partida, há a possibilidade de haver abusos, com uma empresa a menos do mercado móvel, mas isso ainda é uma icógnita.

Venda da Oi: os pequenos se submetem aos grandes

Antes de falar dos detalhes da venda da Oi, é bom entender um pouco o mercado de telefonia móvel no Brasil. Você se lembra dos múltiplos chips pré-pagos? eles ainda existem, mas tem diminuído. Segundo a Anatel, pela primeira vez, as linhas pós-pagas superaram as pré-pagas em setembro de 2020.

  • Linhas pós-pagas: 114,7 milhões
  • Linhas pré-pagas: 113,5 milhões
  • População brasileira: 210 milhões de habitantes

Há mais linhas que pessoas no Brasil.

O Serviço móvel brasileiro hoje é muito, e a tendência que temos visto nos últimos anos é que usuários pré-pagos estão virando pós-pagos. O atrativo é a franquia de dados maior para uso de internet móvel, além de vantagens adicionais como descontos em serviços de streaming.

“Tradicionalmente, telecomunicação é um negócio de grande investimento e de escala. A operadora precisa de muito alcance e volume para ter retorno”, explicou Luciano Saboia, gerente de pesquisa e consultoria em telecom da IDC Brasil, em conversa com Tilt. Analisando este cenário, a Oi tem uma participação de mercado de 16% e está em recuperação judicial desde 2016. A Vivo tem 33,5% do mercado, a Claro, 26,5%, e a TIM, 22%, segundo dados de outubro da Anatel. Assim, a empresa dificilmente conseguiria se igualar às suas concorrentes.

“Se não tem crescimento, os competidores mais fracos são absorvidos pelos outros. O que aconteceu com a Oi não foi diferente do que rolou com a Nextel, que foi comprada pela Claro. A companhia [Nextel] tinha inclusive falado que não tinha dinheiro em caixa para sobreviver”, disse Ari Lopes, analista da consultoria em telecomunicações Omdia.

O que ocorreu nos EUA

Nos EUA, ocorreu algo parecido no início de 2020. A T-Mobile fundiu-se com a Sprint, que era a quarta do mercado, restando três empresas de telecomunicação. A diferença aqui é que os clientes da Oi serão divididos entre as operadoras envolvidas na negociação.

Há países que contam com 3 grandes empresas de telefonia consolidadas em seu mercado: China, Japão, Itália, Canadá, Portugal, Holanda e Austrália, por exemplo. Outros contam com quatro, como Reino Unido, Índia, França e Chile.

De acordo com as operadoras vencedoras do leilão, os usuários da Oi serão divididos entre Claro, TIM e Vivo. No entanto, não há detalhes de como isso vai ocorrer. Ao que tudo indica, eles serão notificados e, em seguida, irão passar a receber a conta da nova operadora com o mesmo plano e pagando o mesmo valor.

No que diz respeito a qualidade da recepção de sinal, a tendência é ficar melhor. “A Oi tem um espectro de frequência alto, o que costuma ser ruim para a cobertura de sinal de grandes áreas geográficas”, afirmou Lope, da Omdia.

Para transmitir dados e voz, as operadoras contam com faixas de frequências, que são “avenidas” que ficam no ar. Quanto a maior frequência, é preciso mais antenas para que o sinal se espalhe melhor. Quanto menor a frequência, o sinal possui maior abrangência.

Das grandes teles, a Oi é a única não trabalha na faixa de 700 MHz, a “avenida” mais baixa liberada para 4G. A empresa trabalha de forma majoritária em 2,5 GHz, uma frequência encarada como bastante alta. Dessa forma, os usuários da Oi que irão migrar para outras operadoras irão poder contar com um sinal de telefonia aprimorado.

Portanto, isso deve piorar a vida dos usuários das operadoras que vão ganhar os assinantes de serviços da Oi? Para Lopes, não. “As operadoras não compraram só a base de clientes, mas também a infraestrutura. Com isso, elas podem ativar novas frequências ou ainda passar a ter uma cobertura melhor em áreas onde antes só tinham uma antena. As empresas devem fazer uma análise regional, pois não é negócio para elas piorar o serviço prestado”, fala.

Tendência de mercado com a venda da Oi

O movimento das operadoras indica para uma tendência de mercado também comum no mercado de telecomunicações, de acordo com Saboia, da IDC. “A consolidação é um caminho natural, e isso tem feito as empresas irem na direção de compartilhar infraestrutura, que é melhor do que cada um ter a sua”, afirmou.

De alguma maneira, isso já ocorre no território brasileiro. Em alguns locais, TIM e Vivo já dividem a infraestrutura de rede em milhares de municípios pequenos. O foco é: em vez de cada operadora instalar uma antena em um local, elas podem compartilhar melhor os trabalhos em alcançar lugares com pouco ou nenhum sinal. Esse tipo de movimento é essencial principalmente em cidades com até 30 mil habitantes. Em cidades maiores, onde há grande concentração de clientes, a história é outra, por causa da utilização é grande.

No que diz respeito aos usuários da Oi, as perspectivas são botas. No entanto, basta saber como vai ser toda a transição na prática. Acima de tudo, se Anatel e Cade vão colocar medidas para evitar abuso de mercado ou diminuição na qualidade do serviço. Algumas alternativas seriam um aumento geral nos valores dos pacotes ou não deixar os usuários da Oi decidirem a nova operadora. No entanto, até então, isso tudo não passa de possibilidades.

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