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A todos é um prazer revê-los!

Bem o título dessa análise é bem direto, pois afinal temos acompanhado o “prenúncio” do fim dos Microsoft Lumia e da atuação de Redmond no mercado mobile. Àqueles que nunca leram minhas colunas, lembro que elas são análises e não têm qualquer intenção de agradá-los e mesmo de me agradar. São apenas reflexões do mercado tecnológico. Vamos lá!

A grande questão do momento gira acerca da provável saída da Microsoft do mercado mobile e concentração apenas no mercado de computadores. Isso seria possível? Não, definitivamente não!, a não ser que queira realmente ser uma nova Microsoft, a “Minisoft”. Não há mais espaço para um passo atrás.

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Vivemos o momento em que o número mundial de computadores pessoais, amplamente dominado pelo sistema operacional Windows, gira em torno de um bilhão e seiscentos milhões de equipamentos. Por outro lado, o mercado mobile hoje já é composto de cerca de 900 milhões de equipamentos. Enquanto o mercado de computadores cresce a uma média nos últimos anos de 9%, o mercado mobile atinge entre 14 e 16%. Então, uma máxima: em cerca de 3 a 4 anos o mercado mobile irá ultrapassar o mercado de computadores em números absolutos. Essa realidade é inevitável.

Por que esses números são tão importantes?

Por mais que pareça óbvio, esses números refletem o mercado de consumo para os profissionais de programação. A História nos mostra que o sistema operacional que provê maior atenção dos programadores acaba no final prevalecendo. Foi assim no histórico embate entre o Unix, o Linux, depois o Macintosh, o Windows, o NeXt OS e o finado OS/2. E como essa História é uma sábia, o sistema mobile que detiver a maior atenção dos programadores – não hoje, mas ao término desse período de transição de mercado, repito, entre 3 a 4 anos – consequentemente irá prevalecer.

Essa realidade coloca definitivamente toda a direção da Microsoft contra a parede. Eu diria mais. Hoje ela se parece mais com aquele boxeador que está no corner e acaba de receber um duro golpe no fígado e que sabe que seu próximo golpe tem de ser certeiro, caso contrário a próxima sequência de golpes do adversário poderá leva-lo à lona. É acertar ou acertar, não há alternativa, muito menos plano B.

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Se olharmos para a realidade da participação de mercado dos sistemas operacionais móveis hoje poderíamos precipitar-nos e decretar: game over! Certo? Não, não é bem assim. Por mais que esse mercado tenha uma importância vital no homem cotidiano, ele ainda não está definido, pois seu principal cliente ainda hoje é um órfão. Sim, estou me referindo ao cliente profissional. Esse ainda é um apátrida, pois nenhum dos principais sistemas operacionais ainda conseguiu entregar programas – ah eu sei, hoje vocês os renomearam de aplicativos, mas eu sou da “velha guarda” e não me “atualizo” – desse nível: programas profissionais. Refiro-me a programas profissionais à classe de aplicativos que fossem capazes de suprir qualquer utilidade de um computador de mesa para um profissional realizar seu ofício, relegando os desktops a verdadeiras peças de museu. Isso já aconteceu? Sabemos que por mais que os veículos de propaganda tentem nos enganar vendendo esse gato, na verdade você leva é lebre.

Então… jogo aberto! Mas repito, o tempo está correndo e muito em breve essa janela se fecha. E qual a importância desse cliente – perguntaria você –?  É justamente esse cliente que todos nós somos quando fazemos nossa opção de compra. Ser um produto profissional é a tomada principal de decisão de nove em 10 atos de consumo. Eu e você somos assim. Ah, então a Microsoft está bem, relaxa galera! Não, a situação é mais do que grave, é alarmante.

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A cada quatro equipamentos vendidos atualmente, três integram a categoria móvel. Logo, esses atualmente influenciam a tomada de escolha do cidadão. Afinal, a vida não é só trabalho, não é mesmo? Essa influência fez saltar o percentual de vendas dos computadores Macintosh a uma taxa de 300% nos últimos dois anos, levando-os dos antes 5% de participação mundial para 8%. Para se ter uma ideia, no último semestre o Macintosh avançou 0,8% de participação mundial. Sim, sinal amarelo – praticamente um laranja, quase vermelho – em Redmond.

Eu sou da “velha-guarda” da computação e como a vida é uma “roda” para mim ela está apenas girando novamente.

No final da década de 1980, praticamente a computação transitava entre cinco plataformas de grande apelo: Linux, Unix, Windows, Macintosh e OS/2. Despontava um grande concorrente de peso e apelo mundial, o OS/2 da IBM. Afinal, essa foi a primeira e única a verdadeiramente fazer hardware e software (ah, eu sei que você jura de pé junto que a Apple faz hardware e software. Eu sei, mas sinto lhe desapontar. Ela licencia o uso de tecnologias e hardware e até os otimiza, mas não faz os dois não. Sim, todos nós, às vezes somos desagradáveis. Desculpe-me se terminei com sua crença).

Seu hardware era composto pelos computadores de arquitetura de processamento “i” e seu sistema operacional era o OS/2. Àqueles idos, uma combinação imbatível. Mas, eis que devido ao alto preço – um computador profissional IBM de ponta girava em algo mais que o dobro de um computador bom das demais plataformas – foi relegado ao ostracismo. Em pouco menos de quatro anos, aquele que despontava como o grande “vencedor”, mostrou-se não ser uma plataforma de massa e foi relegado ao ostracismo. Ostracismo mercadológico. Ostracismo tecnológico. Ostracismo da programação.

E é justamente dessa forma que vejo a atual Microsoft. A empresa não consegue ingressar nesse mercado e está sendo relegada ao ostracismo da programação profissional. Nada “sai” para o Windows Phone. A plataforma não “engrena”. Os aparelhos amontoam nas prateleiras. É mais do que a hora de resgatar a essência do Windows. E é para falar dessa essência que nos encontraremos novamente em breve…

Adiante.