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Quando o Windows Defender te notifica que há uma ameaça e que medidas terão que ser tomadas já dá aquele frio na barriga, certo? É o normal… agora, imagine porque uma pessoa compraria um Notebook que foi fabricado em 2008, que ainda roda o Windows XP e que vem cheio de vírus por US$ 1,345 milhão? Dá pra entender? Vamos explicar o porquê disso tudo.

Na verdade, o item em questão foi leiloado como uma “peça de arte”. O responsável pela “criação” foi o artista digital Guo O Dong, que chegou a dar um nome para sua obra a chamando de “The Persistence of Chaos” (ou A Persistência do Caos numa tradução livre).

Ele “construiu” a peça a pedido da companhia de segurança cibernética Deep Instinct. O maior chamariz da obra de arte seria a presença dos seis Malwares mais devastadores da história da internet que tiveram alguma relação com perdas financeiras. Daí a referência a persistência do caos…

The Persistence of Chaos

Este é o The Persistence of Chaos – Um Notebook da Samsung fabricado em 2008 contaminado por 6 grandes Malwares

Mas, de onde vieram esses vírus? É possível que esse Notebook tenha sido contaminado gradativamente ao longo de todos esses anos? Numa possibilidade remota até poderia ser o caso, contudo, não foi. Dong precisou da ajuda de alguns engenheiros para instalar todos os vírus na máquina até deixá-la nesse atual estado. Eles instalaram os famosos BlackEnergy, DarkTequila, ILOVEYOU, MyDoom, SoBig e o temido WannaCry, que há cerca de dois anos atazanou a vida de muita em cerca de 150 países.

Ao falar com o The Verge, Dong se referiu ao laptop como “um tipo de bestiário — um catálogo de ameaças históricas”. É como se fosse o famoso paciente zero de uma grande epidemia, contudo, neste caso, eles vem com seis grandes epidemias (rsrsrs).

O The Persistence of Chaos é perigoso?

Como uma boa obra de arte, neste momento, da maneira como o Notebook está hoje, ele não representa ameaças para outras máquinas. Bom deixar isso claro para que ninguém pense que o comprador poderia sair por ai contaminando todo mundo. Ele não representa uma ameaça porque da maneira que ele está hoje não é possível conecta-lo a uma rede wi-fi e suas portas USB parecem estar desabilitadas. Claro que com algum conhecimento tudo isso pode ser revertido, mas não creio que o comprador fará isso, afinal, a ideia é ter em sua coleção algo único que ficará para a posteridade. Mesmo assim o artistas deixou a seguinte mensagem no início do leilão:

“Como comprador, você reconhece que esse trabalho representa um risco potencial à segurança, então, ao dar um lance, você concorda e reconhece que está comprando esse trabalho como uma obra de arte ou por motivos acadêmicos e não tem intenção de disseminar qualquer malware.”

O artista falou ainda sobre o principal propósito de sua criação, que diz repeito ao fato de que muitas pessoas ainda insistem em minimizar os impactos da coisa digital no mundo real. Dong e os seis Malwares instalados nesse Samsung de 2008 discordam desse ponto de vista e provam por A + B que ameaças virtuais representam sim! um risco concreto ao mundo físico, ao mundo real. Algumas dessas ameaças representam riscos não só para o mercado financeiro, como também a infraestrutura, órgãos públicos, organizações diversas, entre diversas outras coisas.

Agora, Dong e seus parceiros nessa empreitada podem curtir o lucro absurdo que eles tiveram com o The Persistence of Chaos, tendo em vista que eles investiram pouco menos de US $ 10.000 para deixar o Notebook assim e depois o venderam por US$ 1,345 milhão, algo na casa dos R$ 5.200.000,00. Tinha até uma transmissão ao vivo do PC rodando (veja aqui), mas agora, ele colocou uma placa de vendido (SOLD).

Fonte > The Verge