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Em entrevista ao UOL Tecnologia, Florian Seiche, o presidente da HMD Global, empresa finlandesa que adquiriu os direitos de usar a marca Nokia da Microsoft, tira algumas dúvidas e fala um pouco mais sobre o relançamento do clássico Nokia 3310.

Vamos às perguntas respondidas por Florian Seiche, presidente da HMD Global:

Vem para o Brasil?

“Nós sabemos do amor do Brasil pelos celulares da Nokia e queremos ser globais, incluindo o Brasil. Mas temos que nos preparar, seguir regras locais. Estamos estudando, mas ainda não existe nada concreto”, respondeu ele. Mas antes de ficar triste, Seiche lembra que o aparelho será vendido em 120 países, nos EUA, alguns da Europa e alguns países da América Latina, a partir do segundo trimestre desse ano.

Devemos perder as esperanças?

Não! O presidente da HMD diz que sabem que o Brasil é uma grande oportunidade de mercado para eles. E pede para a gente aguardar. Quem não tiver paciência pode tentar comprar fora do país. É bom, claro, sempre checar as especificações antes de comprar um celular e ver se a frequência dele é a mesma usada por aqui. Como o Nokia 3310 terá só 2G, é provável que funcione. Segundo o site Will My Phone Work (meu celular vai funcionar), o Nokia 3310 será compatível com nosso sistema. Mas ainda não temos muitas informações sobre ele.

2G? Mas ele tem internet?

Tem.

E Facebook e WhatsApp?

Você pode até tentar entrar no Facebook pelo WAP, mas o WhatsApp precisa do app. E o 3310 não tem sistema operacional de smartphone (usa o primário Nokia Series 30+), nem apps cheios de recursos usados no Android, iOS e Windows 10 Mobile, como é o caso do WhatsApp.

Ele é tão indestrutível quanto o antigo?

“Ah, com certeza”, responde Seiche.

Foi feita uma pesquisa para escolher as novas cores?

Sim, Seiche conta que além do azul e cinza clássicos, foram escolhidas cores vibrantes como o vermelho e amarelo para atrair o público mais jovem.

O jogo da cobrinha será pago?

Pelo o que vimos nos aparelhos apresentados na MWC, sim. Olhe a imagem no topo desta matéria. Você pode jogar, mas depois vem a pergunta se você quer comprar o jogo e que aquela é uma versão demo.

Por que lançar um celular não smartphone em 2017?

“O negócio de ‘feature phone’ (celulares básicos) ainda é grande e importante para nós”, explica o presidente. Ele diz ainda que muitos consumidores pediam a volta do 3310 e, depois de muitas conversas internas, decidiram relançá-lo. “É sobre emoção e conexão com as pessoas”.

Quem é o público-alvo?

“Existem funções diferentes em diferentes mercados. Mas algumas pessoas estão querendo ficar mais desconectadas. Ou mesmo para os mais velhos ou crianças, que não querem usar a internet no celular.

Pode ser seu detox digital para finais de semana. Para dar apenas para aqueles poucos amigos que podem ter seu número pessoal”

E se engana quem pensa que quem compra Nokia é só os saudosistas. “74% de nossos consumidores são jovens que nunca tiveram um Nokia, não são da geração da cobrinha”, conta Seiche. “Eles estão além da tecnologia, procuram tudo que é novo.”

A Nokia lançou também outros três smartphones, com Android e tudo mais. Em que segmento vocês querem entrar?

“Queremos vender para nível de entrada e também celulares premium. Escolhemos o segmento médio para começar, porque existem muitos consumidores nessa faixa. Podíamos fazer bons produtos nessa faixa. Com design e qualidade dos materiais.” Os aparelhos são feitos em alumínio e a tela é com Gorilla Glass, presente na maioria dos celulares top de linha por ser conhecido como indestrutível.

Nossa filosofia é ter celulares com bom design, qualidade e que não custam muito por isso. Temos que trazer essa experiência para o mercado intermediário”

Quais são os destaques dos celulares para atrair o público?

Segundo ele, são 3 focos: material premium, boa bateria e um bom display. A segurança é outro ponto destacado pelo presidente. “Temos o Android puro, que é mais rápido, e também atualizações de segurança uma vez por mês. Se você comprar um Nokia terá sempre o último Android e a versão segura, por toda a vida. Queremos ficar com o cliente por um longo período.”

Ele destaca ainda que a bateria tem boa capacidade e o Android puro ajuda a não gastar tanto ao rodar aplicativos em segundo plano – geralmente as marcas instalam apps próprios e configuram o Android.

Enfim, em minha opinião, apesar das justificativas, o relançamento do clássico Nokia 3310 é puramente uma estratégia de marketing, com foco em apresentar os novos aparelhos com Android e ao que parece , deu certo, pois o mundo inteiro está falando sobre isso, inclusive nós.

E o destaque negativo, vai para o Brasil, de fora dos planos mais uma vez, o que corrobora a decisão da Microsoft em não vender mais Lumias no Brasil neste momento.

E lembre-se, caso queira comprar os novos telefones da Nokia, veja abaixo a dica do André H Buss e saiba como importar para o Brasil. Boas compras!

 

Fonte: UOL