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Calma! Vamos com calma e analisar os dados que temos até agora… segundo uma postagem originada do Windows Central, a Microsoft estaria jogando a toalha com relação ao Microsoft Edge e estaria construindo um novo navegador para o Windows 10, dessa vez baseado no motor do Chromium, projeto open source que faz uso de boa parte do código fonte do Google Chrome. Mas, até onde isso é verdade?

Segundo informações colhidas pelo Windows Central, a Microsoft estaria trabalhando em um novo navegador web baseado no Chromium de codinome Anaheim. Este novo navegador substituiria o Edge como navegador padrão do Windows 10.

De acordo com as fontes do Zac Bowden, redator do Windows Central, as quais pediram para não ser identificadas, dizem que o Projeto Anaheim será algo novo e não contará com a chancela da marca Edge. Até sua interface seria diferente. Segundo as mesmas fontes, uma coisa seria certa, o EdgeHTML no navegador padrão do Windows 10 estaria morto.

Mas, o que é o EdgeHTML? É aqui onde as informações podem estar desencontradas…

Antes de responder a essa pergunta, vamos entender o que é o motor de renderização de um navegador: sabe quando abrimos um website, o que vemos? imagens, botões, links, etc. Só que quando o navegador faz uma requisição para o servidor, ele não recebe esse conteúdo todo bonitinho e simplesmente joga na tela. Não! ele recebe uma mistura de código HTML, CSS, XML e imagens e precisa de alguma forma lidar com isso. É aí que entra a engine de renderização: é ela que é responsável por pegar todo esse conteúdo, interpretar e “desenhar” o site para que enfim você veja o conteúdo de cada site.

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Agora que compreendemos isso, fica fácil entender que o EdgeHTML é um mecanismo de renderização proprietário desenvolvido para o navegador web Microsoft Edge, desenvolvido pela Microsoft. Ele é um fork do Trident que removeu todos os códigos legados de versões antigas do Internet Explorer e foi reescrito com a maioria de seu código fonte com padrões web e interoperabilidade com os outros navegadores modernos existentes.

O mecanismo de renderização foi lançado primeiramente como uma opção experimental no Internet Explorer 11 como parte da compilação 9936 do Windows 10 Preview. Em suma, é o motor principal usado pelo Microsoft Edge, ou, como muitos preferem, é a engine do Microsoft Edge.

Quanto o Microsoft Edge ainda era conhecido como Project Spartan, isso há cerca de 3 anos, o EdgeHTML despontava como um motor projetado para ser rápido, leve e seguro, porém, terminou que ele foi lançado com muitos problemas de compatibilidade e com um ícone extremamente semelhante ao do odiado Internet Explorer. Logo de cara isso já afastou milhares de usuários. Desde então, o Microsoft Edge tem lutado para garantir seu lugar ao sol, contudo, Chrome, Safari e FireFox tem dominado com folga o mercado de navegadores web e a Microsoft sabe disso.

Como anda a popularidade do Microsoft Edge em 2018?

De acordo com dados recentes da Stat Counter, quando a pesquisa leva em consideração navegadores para Smartphones, Desktops, Laptops, Consoles de jogos e Tablets, até o UC Browser e o Opera são mais populares que o Microsoft Edge. Veja os dados e o gráfico a seguir:

Popularidade de navegadores web para Desktops, Laptops, Smartphones, consoles de jogos e tablets

Quando não levamos em consideração os navegadores dedicados a dispositivos como smartphones, ai sim o Edge ganha um pouco mais de notoriedade, porém, ainda amarga um quinto lugar na lista, atrás até mesmo do seu irmão mais velho, o Internet Explorer.

Popularidade de navegadores web para Desktops, Laptops, consoles de jogos e tablets (Sem considerar smartphones)

Ou seja, diante desses dados, a Microsoft estaria pronta para deixar o Edge e seu motor proprietário de lado para investir num projeto Open Source conhecido como Chromium?

Existem muitas informações desencontradas. Nós, no entanto, acreditamos que a Microsoft não matará o Edge e seu motor proprietário, mas sim, poderia apenas trocar a engine do seu navegador padrão afim de torná-lo mais competitivo, tendo em vista que o motor usado no Chrome é certeiramente mais compatível com a maioria dos sites hoje disponíveis na web.

A ideia poderia passar pela adoção do motor Blink. Este é um motor de navegadores web desenvolvido pelo Google como parte do projeto Chromium, anunciado pela primeira vez em abril de 2013. É uma bifurcação do componente WebCore do WebKit, que começou a ser utilizado a partir do Chrome 28, Opera 14 e Yandex Browser.

Muitas dessas informações desencontradas parecem vir de traços de códigos do projeto do Google Chrome para dispositivos baseados na arquitetura ARM, neste caso em específico o Windows 10 ARM64. A adoção do Blink como engine padrão de browsers no Windows 10 poderia ainda abrir as portas para o próprio Chrome do Google chegar a Microsoft Store, tendo em vista que hoje, navegadores web disponíveis na loja da Microsoft precisa, obrigatoriamente, usar o EdgeHTML.

Interessante notar que a versão do Microsoft Edge para Android já faz uso do Blink, tendo em vista que o Google também exige que browser disponíveis na Play Store usem sue engine também, da mesma forma como faz a Microsoft.

Enfim, preferimos considerar a possibilidade de uma mudança no motor de renderização do Edge, do que acreditar que a Microsoft simplesmente matará o browser e sua engine e fará um novo do zero novamente, até porque é sabido de todos que o Edge possui uma profunda integração com o Windows 10 e arrancar isso do sistema seria bem complicado. Quem sabe eles poderiam, no máximo, deixar o Edge como está e lançar um novo browser independente by Microsoft, mas com um propósito diferente do Edge…