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A Microsoft, Google, Amazon e outras grandes empresas do mercado de tecnologia travam todos os dias uma grande guerra contra ataques de hackers mal intencionados. São milhares de ataques lançados todos os dias contra empresas, usuários e até mesmo contra plataformas inteiras. Agora, a Microsoft e outras estão contra-atacando fazendo uso de IA (Inteligência Artificial) nessa luta contra esses ataques.

Exemplo prático:

No ano passado, a equipe de segurança do Azure da Microsoft detectou uma atividade suspeita no uso da computação em nuvem de um grande varejista: um dos administradores da empresa, que geralmente faz logon em Nova York, tentava entrar na Romênia. E não, o administrador não estava de férias. Um hacker invadiu sua conta. A Microsoft alertou rapidamente seu cliente e o ataque foi frustrado antes que o intruso fosse longe demais.

Essa atividade suspeita não foi detectada por um funcionário humano, mas sim, por uma IA presente no Azure programada para “lutar” contra isso. Tal IA faz uso de aprendizagem de máquina (machine learning) para aos poucos ir se adaptando a novos tipos de ataques se moldando cada vez mais rápido a infinita criatividade dos crackers.

“O aprendizado de máquina é uma técnica muito poderosa para a segurança – é dinâmico, enquanto os sistemas baseados em regras são muito rígidos”, disse Dawn Song, professora do Laboratório de Pesquisa de Inteligência Artificial da Universidade da Califórnia, em Berkeley. “É um processo muito manual e intensivo para alterá-las, enquanto o aprendizado de máquina é automatizado, dinâmico e você pode reciclar facilmente”.

Os hackers são famosos por serem adaptáveis, é claro, para que eles também pudessem aproveitar o aprendizado de máquina para criar novos danos e sobrecarregar as novas defesas. Por exemplo, eles poderiam descobrir como as empresas treinam seus sistemas e usam os dados para evitar ou corromper os algoritmos. As grandes empresas de serviços em nuvem estão dolorosamente conscientes de que o inimigo é um alvo em movimento, mas argumentam que a nova tecnologia ajudará a distorcer o equilíbrio em favor dos mocinhos.

“Veremos uma capacidade melhorada de identificar as ameaças no início do ciclo de ataques e, assim, reduzir a quantidade total de danos e restaurar mais rapidamente os sistemas a um estado desejável”, disse o diretor de segurança de informações da Amazon, Stephen SchmidtEle reconhece que é praticamente impossível interromper todas as intrusões, mas diz que seu setor “melhorará de forma incremental a proteção dos sistemas e tornará mais difícil para os invasores”.

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Para fazer um trabalho melhor de descobrir se trata-se de um login legítimo ou não, a tecnologia da Microsoft aprende com os dados de cada empresa que a utiliza, personalizando a segurança ao comportamento e ao histórico on-line desse cliente. Desde o lançamento do serviço, a empresa conseguiu reduzir a taxa de falsos positivos para 0,001%. Este é o sistema que eliminou o intruso na Romênia.

O treinamento desses algoritmos de segurança recai sobre pessoas como Ram Shankar Siva Kumar, um gerente da Microsoft que atende pelo título de Data Cowboy. Siva Kumar se juntou à Microsoft há seis anos da Carnegie Mellon depois de aceitar uma entrevista na segunda rodada porque sua irmã era fã de “Grey’s Anatomy”, o drama médico ambientado em Seattle. 

Ele gerencia uma equipe de cerca de 18 engenheiros que desenvolvem os algoritmos de aprendizado de máquina e depois se certificam de que sejam inteligentes e rápidos o suficiente para impedir hackers e trabalhar perfeitamente com os sistemas de software das empresas que pagam muito dinheiro pelos serviços em nuvem da Microsoft. 

Outro exemplo prático:

A companhia de seguros holandesa NN Group NV usa a Proteção Avançada contra Ameaças da Microsoft para gerenciar o acesso a seus 27.000 trabalhadores e parceiros próximos, enquanto mantém todos os demais. No início deste ano, Wilco Jansen, gerente de serviços no local de trabalho da empresa, mostrou aos funcionários um novo recurso do Office em Nuvem da Microsoft que bloqueia os chamados spams CxO, nos quais os spammers se apresentam como executivos seniores e instruem o destinatário a transferir fundos ou compartilhar informações pessoais.

Enfim, a nova guerra será travada no campo da inteligência artificial e da aprendizagem de máquina, isso porque o contra-ataque dos hackers sem dúvida será usar esses mesmo recursos no sentido inverso, criando IA capazes de invadir sistemas de forma autônoma, então, prepare-se, pois, pode ser que a gente assista de camarote algumas teorias cinematográficas tornarem-se realidade… se tem gente namorando IA, imagina o que mais está por vir?

Fonte > bloomberg