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O Android da Google simplesmente dominou nosso mercado de smartphones. Com a saída da Microsoft e de seus Lumia do Brasil, eles que eram os únicos telefones capazes de competir com a gigantesca leva de telefones com Android em preço e funcionalidades, agora foi a vez da Apple amargar uma enorme queda em sua participação de mercado por aqui e a coisa tá ficando feia para nós.

Segundo dados apresentados pela consultoria Counterpoint na última terça-feira, dia 14 de março, a empresa mostrou que a Apple viu as vendas de seus iPhones caírem 16% no Brasil em 2016. Além disso, a participação da empresa no país caiu de 8,3% para apenas 3,8% — menos da metade do registrado em 2015. Isto é, como o atual Market share do Windows Phone no Brasil deve beirar os 1,8 – 2%, e a Apple detém apenas 3,8%, todo o resto do mercado está nas mãos do Android, o que é muito, muito ruim mesmo.

Não é difícil entender porque as vendas de iPhones estão em contínuo declínio por aqui, afinal de contas, nós não somos um país em que as pessoas podem se dar ao luxo de comprar um iPhone sempre que precisam trocar de aparelho, já que por aqui ele é um produto de luxo. Isso fica evidente quando olhamos para os preços que a Apple pratica em sua loja oficial no Brasil.

Só para se ter uma ideia, o seu mais recente lançamento, o iPhone 7 com uma tela de 4,7 polegadas, custa nada mais nada menos do que a partir de R$ 3.499,00, preço completamente fora da realidade de muita gente. Achou um absurdo? Absurdo é a Apple vender um iPhone 6S com tela de 4,7 polegadas por R$ 2.999,00 (equivalente a 3,4 salários mínimos), tendo em vista que o iPhone 6S nem é mais a versão mais atual de sua linha de telefones inteligentes. Sendo assim, não é de se estranhar o desinteresse do brasileiro pelo item. Mesmo sendo um dispositivo tão desejado, ele se tornou uma opção inviável para muitos, dada a atual situação econômica do país.

Claro que não é apenas o preço que está “assustando” a fiel clientela da Apple no Brasil. Tem também a influência dos excelentes aparelhos sendo vendidos por preços muito mais atraentes com recursos extremamente semelhantes, e aqui entram todos aqueles modelos intermediários que já saem de fábrica com a versão mais atual do Android, telas grandes e brilhantes, muita memória RAM e memória expansível. Como a Play Store e Apple Store brigam de igual para igual quanto a disponibilidade de Apps e Jogos em seus catálogos, a escolha final tende a favorecer o menor preço. Oa mais espertinhos as vezes apelam para a importação.

Onde está o problema?

A ausência de concorrência NUNCA é benéfica para o consumidor final, isso porque as fabricantes de aparelhos e softwares não tem motivos para continuar inovando e investindo em infraestrutura para melhorar as coisas numa velocidade aceitável. Este poderia ser um bom motivo para justificar o porquê de muitos modelos de smarts com Android virem em versões “capadas” para o nosso mercado. As pessoa vão terminar comprando mesmo… podem pensar os investidores de grandes empresas como a Samsung, Lenovo e LG, atuais líderes do mercado de smarts no Brasil.

A diversidade de smartphones no Brasil se resume a tamanho, marcar, design e no máximo capacidade

Hoje, você abre um site para comprar um smartphone novo ou vai numa loja física e só encontra uma infinidade de telefones com Android e nada mais. Tem até aqueles que já vem infectados com vírus de fábrica de brinde. É triste, penoso e chato procurar um telefone que se difere entre outros apenas pelo design, tamanho e marca.

Como é lá fora?

Nos EUA e Europa, por exemplo, a oferta de novidades e de concorrentes é grande. Além de telefones com Android de todos os tipos como aqui, tem iPhones com preços aceitáveis e mais: telefones com Windows 10, com Tizen, com Sailfish, e tantos outros. Além disso, nos EUA, por exemplo, o preço de um iPhone é equiparado ao de muitos telefones top de linha da Samsung, LG e Sony, enquanto aqui, o preço do iPhone passa longe de ser apenas um absurdo. Alô Samsung, não esquecemos de você e dos preços estratosféricos que você cobra pelos seus topos de linha… é uma explosão de preços de altos…

Enfim…

Nosso país carece de mais oferta de telefones inteligentes e uma reformulação nas Leis de importação de eletrônicos. Precisamos urgentemente de novas OEM do Windows 10 trabalhando por aqui, quem sabe até dos telefones Tizen da Samsung, mas o melhor mesmo seria uma reformulação nas Leis de importação do país, que chegam a taxar telefones importados em até 60% do seu valor original. Essas taxas somadas ao olho grande da Apple em seu lucro líquido resultam nos altos preços do iPhone por aqui. Aplique isso também aos top de linha da Samsung, LG, Sony, Lenovo e demais fabricantes, já que a grande maioria dos topos de linha não são fabricados localmente, logo, são importados, e você terá os motivos pelos quais os top de linha são vendidos por aqui ao custo de um Fiat Uno 2001.

Estamos completamente nas mãos da Google e das OEM do seu software mobile, o que é triste e desolador.

Fonte: folha de SP