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Microsoft compra a divisão Mobile da Nokia em 2014

Há exatos dois anos, nós do Windows Team e centenas de outros sites e blogs, estavam noticiando a venda da divisão mobile da Nokia para a Microsoft. Parece que foi ontem que ouvimos o anúncio dado por Stephen Elop, antigo CEO da Nokia, e também por Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft. Eles, juntos, postaram comunicados sobre o negócio em canais oficias de ambas as empresas.

O valor total do negócio foi de 7,2 bilhões de dólares. Na compra a Microsoft levou algumas fábricas da Nokia espalhadas pelo mundo afora, milhares de funcionários e uma quantidade enorme de patentes acumuladas de anos de pesquisas. Mesmo tendo sido anunciado em 2013, o negócio como um todo foi concluído apenas em 2014, já que foi necessário a aprovação de diversas comissões internacionais.

Por alguns anos a Microsoft continuou usando a marca Nokia encravada nas costas de seus Lumias com Windows Phone e também de alguns features phones. Entre os termos do contrato estava a proibição da Nokia, como empresa independente, de lançar qualquer celular ou smartphones até 2016. Além disso, a Microsoft poderá usar o nome Nokia em seus features phones, como o Nokia 222, por até 10 anos. Agora, os mais recentes modelos de Lumias já não levam mais consigo a marca Nokia nas costas, mas sim, a da própria Microsoft e assim deve ser daqui por diante. De acordo com nossa pesquisa os últimos modelos de Windows Phone lançados com a marca Nokia foram os Lumias 930, 730/735 e 830. Sendo assim, caso a Nokia nunca mais volte a fabricar e a vender smartphones, daqui há algumas dezenas de anos eles podem valer ouro, já que foram os últimos modelos de smartphone com a marca Nokia.

Antes de tudo isso acontecer a Nokia foi a única grande fabricante do segmento a abraçar o Windows Phone de corpo e alma. Todos vimos a LG, a Samsung, a HTC, a Huawei e até a Toshiba lançar ao menos um modelo de Windows Phone 7 entre o final de 2010 e começo de 2011, mas só a Nokia apostou tudo o que tinha no sistema operacional da Microsoft.

Na época Elop sequer cogitava a possibilidade de investir tempo e dinheiro no Android da Google, até porque a Nokia já tinha um S.O. próprio e que ainda tinha uma boa participação no mercado mobile, que era o Symbian. O problema é que com o tempo o Symbian ficou deteriorado e foi completamente derrotado pelos seus concorrentes, e podemos incluir nisso o próprio Windows Phone.

Nokia N9 com Meego, modelo que serviu de inspiração para o Lumia 800 com Windows Phone 7

Nokia N9 com Meego, modelo que serviu de inspiração para o Lumia 800 com Windows Phone 7

Eles ainda tinham uma carta na manga que era o Meego, um sistema operacional baseado em Linux e que tinha muito potencial, porém, eles preferiram focar no Windows Phone da Microsoft e começaram lançando o lindo e poderoso Lumia 800 e o nem tão lindo e poderoso Lumia 710. Ambos fizeram muito sucesso entre os usuários, especialmente o Lumia 800, tanto pelo seu design inovador e divertido, como também por seu poderoso conjunto de lentes ZEISS. Uma pena que o sistema na época não ajudava muito, já que, por ser muito novo, o WP7 sofria com a falta de apps populares e funcionalidade básicas como copiar e colar um texto. Sim, por um tempo não era possível copiar e colar um texto no Windows Phone 7.

Lumia 800 e 710 - Primeiros modelos da Nokia com Windows Phone

Lumia 800 e 710 – Primeiros modelos da Nokia com Windows Phone

Alguns chegaram a afirmar que foi essa decisão da Nokia, de apostar apenas no Windows Phone, que a levou a falência, porém, não foi bem assim. Temos o exemplo da Blackberry, que tinha e tem um S.O. maravilho, mas que perdeu sua “moral” com o tempo. Temos também o exemplo do PalmOS, da Palm, que era um excelente S.O., mas que não vingou, e olha que estamos falando da Palm, que foi uma das percussoras do mercado de smartphones. Além deles, tem o Tizen da Samsung, que até hoje luta para se tornar popular. Tem o Sailfish, criado por ex-funcionários da Nokia, mas que também nunca foi pra frente. Então, a culpa da Nokia ter meio que “acabado”, foi do mercado e dela mesma e não do Windows Phone. Até por que de todos esses citados apenas o Windows Phone permaneçeu de pé para enfrentar o iOS e o Android.

De lá pra cá muita coisa mudou. A primeira grande mudança foi a saída de Steve Ballmer da direção da Microsoft, que deu lugar a Satya Nadella, atual CEO da gigante de Redmond. Enquanto isso temos Stephen Elop, que por algum tempo esteve a frente do departamento mobile da Microsoft, mas que já está de saída da empresa. Em seu lugar ficará Terry Myerson, contudo, haverá uma nova divisão para ele em que os smartphones da linha Lumia estarão inclusos.

Além disso, o Windows Phone evoluiu muito se comparado a sua primeira versão. Atualmente são mais de 400 mil apps e jogos a disposição em sua loja, e são poucos os apps mais populares que ainda não estão presentes por lá. O sistema está muito mais maduro, coeso e já garantiu o seu lugar ao sol entre os três principais S.O. móveis da atualidade.

As próximas grandes mudanças estão por vir junto com o Windows 10 Mobile, onde veremos um portfólio bem mais reduzido de Lumias e, quem sabe, uma quantidade maior de OEMs do Windows 10 Mobile, assim como uma enxurrada de aplicativos e jogos. Uma pena que a Nokia como a conhecemos 2 anos atrás não exista mais e não fará parte do próximo nível.