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O Ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão, esteve presento na Game XP 2018 no Rio de Janeiro para anunciar que o governo brasileiro irá investir em Políticas Públicas voltadas para a indústria de games no país.

Ele usou o pouco da feira para trazer dados que justificam o investimento, como por exemplo, o fato do Brasil ser o 13º maior mercado produtor de jogos do mundo. Somos o maior de todos quando limitados a região da América Latina. Vendo apenas pelo lado do mercado de games, no mundo, somos considerados o 3º maior mercado. Abrigamos mais de 66 milhões de jogadores ativos.

Leitão ainda apontou que só este ano o Brasil já produziu mais de 940 títulos, dentre eles temos jogos educativos e outros voltados para o entretenimento. A maioria deles, mais de 41%, foram produzidos no eixo São Paulo e Rio de Janeiro. Tem muita coisa boa vindo do Porto Digital em Pernambuco também. Ainda segundo ele, esse número só cresce, tendo sido registrado um crescimento de 182% nos últimos três anos nessa produção.

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Ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão falando ao público da Game XP no Rio de Janeiro

“O Brasil está demonstrando grande vocação. Mesmo sem ter política pública, mesmo sem ter nenhum tipo de ajuda mais sistemática, o setor começou a se estruturar e aumentou muito nos últimos anos a sua maturidade”, afirmou Sá Leitão.

Diante desses dados, o Ministério da Cultura definiu um nova política nacional de jogos digitais, visando dar um “up” no crescimento da área. Segundo o Ministro, R$ 100 milhões do erário serão investidos em linhas estratégicas de desenvolvimento, incluindo tecnologias de realidade virtual e realidade aumentada, da produção até a distribuição. Essa verba visa amparar as empresas e fomentar seu crescimento através da aceleração, mostras e festivais, melhorias na infraestrutura, além de formação e capacitação de mão de obra especializada.

O único ponto ruim foi o fato desse investimento da industria de jogos digitais ter ficado vinculado ao CSC (Conselho Superior de Cinema), pois, segundo Leitão, no Brasil, jogos digitais ainda são  tratados como produtos culturais audiovisuais. Quem sabe no futuro isso mude e os games ganhem um conselho próprio, mas já é algum progresso. Para quem não tinha nada qualquer melhoria é bem vinda.

“O mercado de jogos seria uma alternativa criativa e atraente para aqueles entre 18 e 24 anos que se encontram desempregados”. Completou ele.

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Quem foi pôde conferir o stand do Xbox na feira

O Ministro ainda falou que tal investimento também servirá para incentivar uma maior participação do público feminino na área, já que hoje elas representam apenas 20,7% das pessoas que trabalham diretamente nesse mercado. Enquanto gamers elas respondem por quase a maioria deles, mas como pessoas que atuam nesse mercado não. Sobre isso o Ministro ainda disse:

“A indústria de games é heterogênea e miscigenada por natureza, porque ela lida com elementos de linguagens de várias outras atividades. Quanto mais diversificadas forem as referências e os elementos, melhor.”

Estamos diante de uma vitória, porém, ainda falta muito até atingirmos um ponto ideal para essa indústria tão rica. Só para se ter uma ideia, ainda temos muitos problemas com impostos diversos que incidem sobre esse mercado, fazendo com que jogos, consoles e acessórios sejam muito caros, tanto que já vimos jogos custarem mais de R$ 300, enquanto que lá fora esses custam até 3X menos, consoles que passam dos R$ 4000 e acessórios caríssimos, tendo em vista que muitos deles são importados. E olha que nem falamos do longo processo de classificação etária de jogos no Brasil. Falta também um maior debate sobre a melhoria da conexão de internet oferecida pelas operadoras, que por vezes oferece uma conexão lenta e de má qualidade, com um PING altíssimo que impede um bom desempenho de jogos online. Paga-se caro por algo de má qualidade. Enfim, ainda temos muito o que melhor.

Ainda bem que a Microsoft e a Sony sabem da existência desses dados, pois, mesmo com tantos impostos ambas continuam investindo em nossa mercado e esperamos que continue assim.

Fonte: Folha