Jim Carrey foi um fenômeno no início de sua carreira com os seus filmes. Mas acabou perdendo um pouco do seu “encanto cômico” com o tempo. Ele largou o colégio para trabalhar tanto como zelador – sua família ficou sem-teto por um breve período e contava com seu salário – e como comediante. Mas então ele se mudou para Hollywood, e apesar de alguns pequenos papéis (Meu amante é de outro mundo, Peggy Sue – Seu passado a espera e Dirty Harry na Lista Negra), as coisas pareciam não darem certas para ele. No entanto, ele continuou e após “pousar” na série Living Color, ele pegou um pequeno roteiro estranho de que ele nem gostava chamado Ace Ventura – Um Detetive Diferente, decidiu reescrever tudo sozinho e quase instantaneamente se tornou a maior estrela de cinema do mundo.
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Mas talvez o mais interessante tenha sido o que aconteceu a seguir. Dessa forma, Carrey começou a questionar as armadilhas, e até mesmo o ponto, do estrelato do cinema e, como mostrado no documentário Jim e Andy, passou por um colapso total de carreira (e mental) enquanto filmava O Mundo de Andy de Milos Forman. Desde então, Carrey não teve a bilheteria que uma vez teve – embora seu maior sucesso tenha acontecido poucos anos depois – mas ele se tornou uma personalidade muito mais fascinante, tanto na tela quanto fora dela.
Ji, Carrey, de várias maneiras, fundiu o filósofo e o comediante com sua incrível atuação em Kidding. Mas ele ainda pode ser uma estrela de cinema “idiota”, como fica claro em Sonic: O Filme, que o apresenta como o vilão principal. Carrey teve muitos altos e baixos em sua carreira, mas mesmo em seus papéis mais desagradáveis, há uma doçura inerente e uma tristeza inegável. Confira abaixo os melhores filmes do ator:
10. O Golpista do Ano (2009)
A capacidade de Jim Carrey de projetar um ar de “insinceridade” foi bem aproveitada nesta comédia sombria baseada na vida de Steven Jay Russell, um vigarista que encontrou o amor com o colega presidiário Phillip Morris (Ewan McGregor). O que Carrey faz bem em O Golpista do Ano é fazer você acreditar em Steven, mesmo quando seus instintos lhe dizem para não confiar nele. Além disso, é uma reviravolta legal na personalidade de Carrey, que sempre foi construída para fazer você gostar de seus personagens, mesmo quando parece haver algo… estranho neles. O Golpista do Ano é um pouco fofinho demais e um pouco satisfeito demais com sua história boa demais para ser verdade. No entanto, a disposição de Carrey de mergulhar nesse homem profundamente falso tem suas recompensas.
9. Os Pinguins do Papai (2011)
Uma ironia interessante da carreira de Carrey é que quando ele faz um filme para a família, no qual é frequentemente encorajado a ir muito além, ele é muito melhor e mais atraente do que quando se acomoda para interpretar uma pessoa mais “normal”. Os Pinguins do Papai com certeza parece que seria um convite para exagerar – Carrey está fazendo o papel de Don Knotts. No entanto, Carrey é surpreendentemente comovente como um pai divorciado em Nova York lidando com seus próprios problemas e que se torna o herdeiro de uma caixa cheia de pinguins. Além disso, Carrey é leve e incomumente confortável no papel, extraindo uma doçura silenciosa que nem sempre está presente em seus grandes papéis. Este filme é muito melhor do que você pensa, e seus filhos vão adorar.
8. O Máskara (1994)
Uma espécie de “Professor Aloprado” de Carrey – um cara comum obtém um estranho poder de transformação, liberando sua “id” detestável no processo. Dessa forma, O Máskara fazia parte da série de sucessos gigantescos do ex-astro de In Living Color que o tornou “ouro” na comédia de Hollywood. Em retrospecto, este não é exatamente o Carrey de “primeira”, mas é um filme muito engraçado. Claramente, Carrey estava se divertindo na obra. Mas ele também é um ato solo, não se relacionando totalmente com o resto de seus colegas de elenco. (Ok, Cameron Diaz também está nisso.) A coisa mais notável sobre O Máskara é que ele não se tornou uma franquia com várias sequências, assim como muitas que são feitas atualmente.
7. Desventuras em Série (2004)
Nesse filme, você tem que estar disposto a apenas “seguir” Carrey, cujo Conde Olaf é como o Grinch, mas muito, muito melhor. Dessa forma, Carrey se sente confortável no papel e, no mínimo, lembra O Máskara, quando suas improvisações cabiam bem dentro de um filme sem dominá-lo. Além disso, vale lembrar que foi feita uma série na Netflix com o mesma “temática”. Mas, nós preferimos esse filme à série da Netflix, e você também pode preferir.
6. O Pentelho (1996)
Antes dessa comédia nervosa dirigida por Ben Stiller, Jim Carrey estava em uma sequência tão quente que parecia que quase tudo que tocava se transformaria em ouro. Então veio O Pentelho, onde o abrasivo e assustador Chip de Carrey fez tudo que podia para alienar o público enquanto enlouquecia o infeliz homem comum Steven ( Matthew Broderick ). Dessa forma, este filme foi o primeiro sinal de que Carrey iria desafiar os espectadores e não apenas ser o cara engraçado e benigno que eles conheciam de suas comédias. O Pentelho foi considerado um fracasso na época, embora tenha conquistado tardiamente o status de cult, e seja um exemplo fascinante da veia negra por trás das travessuras “pastelão” do ator. Para o inferno com a bilheteria: esse lado da personalidade de Carrey não seria suprimido.
5. Os filmes de Debi e Lóide (1994 e 2014)
Este é realmente o melhor filme de “Natal” de Carrey. Em Debi e Lóide, ele interpreta Lloyd Christmas, cujo melhor amigo Harry Dunne (Jeff Daniels) é tão idiota quanto ele – a questão é que nenhum deles percebe isso pois eles são muito idiotas. Esqueça a sequência terrível: o original de 1994 é uma comédia pastelão implacavelmente idiota, que consideramos um grande elogio. Carrey nem sempre teve a melhor química com seus colegas de elenco, mas ele e Daniels encontraram um bom ritmo para sua estupidez, dando a cada ator espaço suficiente para ser engraçado sem atrapalhar o outro. As piadas às vezes são maldosas, mas Lloyd tem tanta doçura que você o perdoa por tudo que ele faz no filme. Ainda assim, não aconselhamos acompanhá-lo em quaisquer viagens rodoviárias.
4. O Mundo de Andy (1999)
Como mencionamos na introdução, se você ama este filme, deve a si mesmo conferir Jim e Andy, o documentário da Netflix de 2017 que explorou em detalhes o compromisso de Carrey em interpretar Andy Kaufman em O Mundo de Andy, uma biografia peculiar e profundamente comovente sobre o último “quadrinho”. Tanto em Jim e Andy quanto no filme biográfico, aprendemos tanto sobre Carrey quanto sobre Kaufman: como a estrela abraçou o desejo do comediante de subverter as expectativas e antagonizar o público. Carrey não apenas imita Kaufman, ele se torna ele e, como resultado, Carrey raramente parecia tão vivo, tão livre, na tela. Em certo sentido, a rebeldia de Kaufman permitiu que o “A-lister” abandonasse sua celebridade e se tornasse outra pessoa por um tempo. O Mundo de Andy funciona como uma saída de emergência para Carrey, que finalmente teve que retornar à Terra.
3. O Mentiroso (1997)
Se você pensa na carreira de Carrey como a de Adam Sandler – e não estamos dizendo que deveria – você pode argumentar que durante seu período de Maior astro de cinema do mundo, ele teve seus filmes “Jim Carrey Comedy Superstar” e então seus filmes Trabalhando com Diretores Sérios para Fazer Arte (dois dos quais veremos a seguir).
Dessa forma, o único filme que mais se aproxima de unir esses dois é O Mentiroso, uma comédia de alto conceito sobre um advogado nojento (Carrey) que, por causa de um desejo de aniversário de seu filho, não consegue contar uma única mentira. Isso acaba sendo uma ideia extremamente frutífera para uma comédia, pois o advogado sempre se depara com situações em que sua aflição particular é incrivelmente inconveniente. Mas ele também obtém um arco de redenção que, particularmente neste ponto da carreira de Carrey, é surpreendentemente comovente; Carrey tem aquele modo de cara normal para o qual ele pode mudar e que realmente funciona quando ele acerta.
2. O Show de Truman (1998)
Quando Carrey estava promovendo seu primeiro drama, O Show de Truman, indicado ao Oscar, ele foi filosófico sobre a mudança de ritmo do papel. “Este filme é um pouco a pintura de Dali”, disse ele na época, “da maneira que sempre mostrei o que está na superfície e o que faço para ser aceito e amado, mas aqui, estamos erguendo o oceano para ver o cachorro adormecido.”
Na verdade, essa é uma maneira muito boa de descrever o que há de tão especial em sua atuação como Truman, um homem aparentemente comum que não entende que é o tema de um reality show desde o nascimento. O Show de Truman só ficou mais presciente sobre nossas vidas no aquário, mas para Carrey, revelou uma abertura e vulnerabilidade que ele não ousava transmitir como Ace Ventura. A Academia o ignorou, mas o filme insinuou a profundidade emocional que ele começou a trazer para seu trabalho.
1. Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004)
É uma estratégia familiar: “Funnyman” busca uma atuação muda, modesta e melancólica, e os eleitores do Oscar enlouquecem. Mas com Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças, não foi uma coisa tão simples como Carrey diminuindo o tom de seu “shtick” e ficar triste. Como Joel, ele bateu em algo realmente quebrado dentro de si mesmo, interpretando um depressivo que descobre que seu verdadeiro amor, Clementine (Kate Winslet), pagou para que suas memórias dele fossem apagadas.
Joel é o “pushover” quintessencial, mas Carrey deu ao arquétipo uma reviravolta, mostrando como o chamado cara legal pode ser egocêntrico e de mente fechada. Você sente por Joel, mas não pensa necessariamente que ele e Clementine estão destinados a ficar juntos, um ato de equilíbrio complicado que Carrey e Winslet executam lindamente. Ele nunca foi tão real na tela. Ironia das ironias, seu trabalho luminoso aqui não lhe rendeu uma indicação ao Oscar. Mas quem viu Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças nunca vai esquecer o que ele conquistou.
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