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O Facebook, a maior rede social do mundo está no centro de um escândalo internacional envolvendo dados de eleitores, a eleição presidencial dos EUA em 2016 e o ??Brexit.

Dias atrás, a Wired fez uma capa histórica, seguida de uma longa reportagem sobre todo esse imbróglio envolvendo o Facebook, a Cambridge Analytica e os dados de milhões de usuários.

O Facebook recebeu um golpe duríssimo depois da divulgação que informações de mais de 50 milhões de pessoas foram utilizadas sem o seu conhecimento para fazer propaganda política. Essa revelação pipocou em 17 de março nos jornais The New York Times, The Guardian e Observer e no Facebook. As histórias e declarações indicam que a gigante das redes sociais foi enganada por pesquisadores da Cambridge Analytica.

Até agora, a maioria das coisas que ouvimos sobre o Facebook e as eleições de 2016 tem se concentrado em interferência de agentes russos na eleição de Donald Trump. Esses esforços estão sendo investigados pelo FBI e pelo Senado dos EUA.

A consultoria de dados Cambridge Analytica representa um problema diferente. A empresa, com sede no Reino Unido teria adquirido dados sobre milhões de usuários do Facebook de forma a violar as políticas da rede social. Em seguida, utilizou essa informação para criar perfis psicográficos de usuários e dos seus amigos, que foram utilizados para anúncios políticos direcionados na campanha britânica do Brexit (a saída do Reino Unido da União Europeia), bem como pela equipe de Trump durante as eleições de 2016 nos EUA.

A empresa teria tido acesso ao volume de dados ao lançar um aplicativo de teste psicológico na rede social. Aqueles usuários do Facebook que participaram do teste acabaram por entregar à Cambridge Analytica não apenas suas informações, mas os dados referentes a todos os amigos do perfil. O Facebook disse que a Cambridge Analytica excluiu os dados, mas, relatórios sugerem que a informação não foi destruída. A Cambridge Analytica diz que está em conformidade com as regras da rede social, apenas recebe dados “obtidos de forma legal e justa” e eliminou os dados sobre os quais o Facebook está preocupado. A denúncia, feita pelos jornais The New York Times e The Guardian, levantou dúvidas sobre a transparência e o compromisso do Facebook com a proteção de dados dos usuários.

A empresa também entrou na mira de autoridades nos Estados Unidos e no Reino Unido. O deputado britânico Damian Collins convocou o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, para depor diante de um comitê legislativo. As autoridades também estão trabalhando para conseguir um mandado de busca e apreensão para entrar na sede da Cambridge Analytica e recolher material que ajudem a elucidar o caso.

Nos EUA, a senadora Amy Klobuchar também tem feito pressão para que Zuckerberg deponha ao senado para dar explicações – ele tem até 26 de março para responder.

O que é a Cambridge Analytica?

A Cambridge Analytica é uma empresa de análise de dados baseada no Reino Unido, cuja empresa-mãe é a   SCL GROUPStrategic Communication Laboratories, de propriedade do bilionário do mercado financeiro Robert Mercer e era presidida, à época, por Steve Bannon, então principal assessor de Trump. Cambridge Analytica ajuda as campanhas políticas a alcançar eleitores em potencial. A empresa combina dados de várias fontes, incluindo informações e pesquisas em linha, para criar “perfis” dos eleitores. A empresa então usa programas de computador para prever o comportamento dos eleitores, o que então poderia ser influenciado por propagandas especializadas voltadas para os eleitores.

A Cambridge Analytica também não está trabalhando com uma pequena quantidade de dados de usuário. A empresa diz que tem “5.000 pontos de dados em mais de 230 milhões de eleitores americanos” ou praticamente todas as 250 milhões de pessoas em idade para votar nos EUA.

A rede de TV britânica Channel 4 veiculou uma reportagem em que o diretor-executivo da Cambridge Analytica, Alexander Nix, foi filmado conversando sobre o uso de suborno, ex-espiões e prostitutas para encurralar políticos.

Um repórter se apresentou como potencial cliente e obteve as informações. A Cambridge Analytica disse que o Channel 4 “interpretou errado” a conversa registrada pelas câmeras.

Nix já foi suspenso de seu trabalho como CEO. Seus comentários “não representam os valores ou operações da empresa e sua suspensão reflete a seriedade com a qual vemos essa violação”, disse a empresa em um  comunicado.

O que a Cambridge Analytica fez?

O Facebook afirmou em comunicado na sexta-feira, 16 de março, que a Cambridge Analytica recebeu dados de usuários de Aleksandr Kogan, professor da Universidade de Cambridge. Kogan teria criado um aplicativo chamado “thisisyourdigitallife” ou essa é sua vida digital, que ostensivamente ofereceu previsões de personalidade aos usuários, ao mesmo tempo em que se chamava de ferramenta de pesquisa para psicólogos. A aplicação pagou a centenas de milhares de usuários pequenas quantias para que eles fizessem um teste de personalidade e concordassem em ter seus dados coletados para uso acadêmico. Kogan já tinha uma pesquisa sobre como deduzir a personalidade e as inclinações políticas das pessoas a partir de seus perfis no Facebook. A Cambridge Analytica – que não tem relação nenhuma com a Universidade de Cambridge – teria comprado os dados coletados por ele.

O aplicativo pediu aos usuários para fazer login usando sua conta do Facebook. Como parte do processo de login, pediu acesso aos perfis de usuários dos Facebook, locais, o que eles gostaram no serviço e, mais importante, os dados dos seus amigos também.

Além da óbvia questão de que muitos usuários não leem os longos termos e condições e mal sabem que estão dando suas informações para os desenvolvedores desses testes, o grande problema foi que o aplicativo também coletou as informações dos amigos do Facebook das pessoas que fizeram o teste. Ou seja, se uma pessoa respondesse as questões, estaria entregando informações privadas não apenas do seu perfil, mas de todos os seus amigos.

O problema, diz o Facebook, é que Kogan enviou esses dados de usuário para a Cambridge Analytica sem a permissão do usuário, algo que é contra as regras da rede social.

“Embora Kogan teve acesso a estas informações de forma legítima e através dos canais apropriados disponível para todos os desenvolvedores no Facebook, nesse momento, ele não respeitou as nossas regras posteriormente”, disse Paul Grewal, vice-presidente e conselheiro geral no Facebook, em uma declaração .

O que isso tem a ver com Trump?

A campanha Trump contratou a Cambridge Analytica  para executar operações de dados  durante a eleição de 2016. Steve Bannon, que acabou se tornando o principal estrategista de Trump, também foi vice-presidente do conselho da Cambridge Analytica. A empresa ajudou a campanha a identificar os eleitores para segmentar com anúncios, e deu conselhos sobre a melhor forma de focar sua abordagem, como por exemplo, onde fazer paradas de campanha. Também ajudou com a comunicação estratégica, como o que dizer nas palestras.

“As aplicações do que fazemos são infinitas”, disse o CEO da Cambridge Analytica, Nix em uma entrevista. Cambridge Analytica também trabalhou com outras campanhas eleitorais presidenciais de 2016, de acordo com seu site e vários relatórios da mídia. Incluíram as campanhas do Senador Ted Cruz e do candidato presidencial Ben Carson, que se juntaram ao gabinete de Trump como secretário de habitação e desenvolvimento urbano.

Para que os dados foram usados?

Christopher Wylie afirma que, como outras 270 mil pessoas que fizeram o teste de personalidade, por meio do acesso à rede de amigos dessas pessoas, os dados de cerca de 50 milhões de usuários foram coletados, sem autorização. A maioria dos usuários seriam eleitores norte-americanos.

De acordo com Wylie, os dados vendidos à Cambridge Analytica teriam sido usados para catalogar o perfil das pessoas e, então, direcionar, de forma mais personalizada, materiais pró-Trump e mensagens contrárias à adversária dele, a democrata Hillary Clinton.

A base de dados coletada é uma ferramenta poderosa porque permite que as campanhas identifiquem pessoas que estão em dúvida e direcionem a elas mensagens com maior probabilidade de convencê-las.

“Fornecer a informação certa à pessoa certa, no momento certo é mais importante do que nunca”, afirma uma propaganda da Cambridge Analytica sobre marketing eleitoral.

Quem é o informante?

Christopher Wylie é um canadense, de 28 anos, especializado em análise de dados. Ele trabalhou para a Cambridge Analytica para projetar e implementar o plano de uso de dados do Facebook.

Ele mostrou um dossiê cheio de evidências sobre o mau uso dos dados para o The Guardian, com e-mails, mensagens de voz, contratos e transferências bancárias que revelam a coleta de dados dos usuários. As informações também foram passadas para autoridades britânicas e americanas.

A jornalista Carole Cadwalladr – que assina tanto a reportagem no jornal britânico quanto a do New York Times – conversou com ele durante meses antes da publicação das notícias.

Ela descreveu que o próprio Wylie se enxerga como um “gay canadense e vegano que, sabe-se lá como, acabou criando a ferramenta de guerra mental e psicológica de Steve Bannon”. Segundo a jornalista, no último ano ele tem tentado desfazer os eventos – a vitória de Trump e o Brexit – que ajudou a concretizar com seu trabalho.

Arrependido, Wylie saiu da empresa em 2015 junto com uma parte da equipe original, que estava insatisfeita com as inclinações políticas dos donos da Cambridge Analytica. Ele foi uma fonte – anônima – de mais de uma reportagem sobre o assunto e resolveu vir à público em fevereiro de 2018. Agora, corre o risco de ser processador por estar quebrando cláusulas de confidencialidade de seu contrato com a empresa.

Por que o Facebook proibiu a  Cambridge Analytica de usar o seu serviço? 

O Facebook disse que a Cambridge Analytica “garantiu” há três anos, que eliminou as informações. Mas, desde então, disse o Facebook, eles receberam relatórios de que nem todos os dados de usuários foram excluídos. O New York Times relatou no início desta controvérsia que pelo menos alguns desses dados ainda permanecem.

A Cambridge Analytica disse em um comunicado que apagou todos os dados e está em contato com o Facebook sobre o assunto.

Enquanto isso, Christopher Wylie, o informante que detalhava como a Cambridge Analytica teria se apropriado indevidamente dos dados do usuário do Facebook, disse no Twitter que sua conta no Facebook foi suspensa. Alguns dias depois, ele realizou uma coletiva de imprensa para discutir sua situação.

“Estou muito confuso com o Facebook”, disse Wylie. “Eles me fazem ser suspeito, ou algum tipo de pessoa nefasta.”

Qual a reação do Facebook?

O vazamento foi levado ao conhecimento do Facebook pela primeira vez há cerca de dois anos, mas, a empresa só suspendeu a Cambridge Analytica da plataforma na última sexta-feira – depois que as reportagens procuraram a empresa para pedir uma resposta sobre o caso. A rede social diz que o aplicativo usado para a coleta dos dados foi retirado do ar em 2015.

Inicialmente, a empresa não admitiu a falha e os advogados da rede social procuraram o The Guardian dizendo que o jornal fazia alegações “falsas e difamatórias”.

No mês passado, em uma outra investigação – desta vez, sobre fake news (notícias falsas) – tanto a rede social quanto o atual presidente da Cambridge Analytica, Alexander Nix, tinham afirmado que a empresa não tinha e nem usava informações privadas de usuários da rede.

O Facebook, cujo modelo de negócio está baseado na coleta de dados, vem negando o mau uso de informações do público em todas as investigações feitas sobre isso até hoje.

Uma nota assinada pelo vice-presidente do Facebook, Paul Grewal, afirmou que a empresa está “comprometida com o cumprimento de suas políticas e a proteção de informações dos usuários”.

O Facebook foi pirateado?

O New York Times caracteriza isso como uma “brecha” nos dados e diz que é “um dos maiores vazamentos de dados na história da rede social”. Isso porque os cerca de 270.000 usuários que deram acesso a Kogan suas suas informações, também permitiram colecionar dados sobre seus amigos. No total, mais de 50 milhões de usuários do Facebook são afetados.

O mau uso desses dados é o que o New York Times abordou.

O Facebook, no entanto, diz que, enquanto Kogan manipulava seus dados, todas as informações que Kogan obteve foram acessadas legalmente e dentro de suas regras. O problema é que Kogan deveria manter a informação, não entregá-la à Cambridge Analytica ou a qualquer outra pessoa. Então, o Facebook questiona que o incidente foi uma violação de dados, porque a informação foi acessada através de meios normais – usando um aplicativo que pediu às pessoas acesso a suas informações, e eles concordaram.

No dia 16 de março, em uma declaração, a rede social argumentou ainda mais, dizendo que chamar esse episódio de “violação” é “falso”.

“As pessoas conscientemente forneceram suas informações, nenhum sistema foi infiltrado e nenhuma senha ou informação sensível foi roubada ou hackeada”, disse a empresa.

Claro, os críticos apontam que Kogan conseguiu fazer o que ele alegadamente fez, porque o Facebook permitiu aos desenvolvedores de aplicativos solicitar e receber acesso aos dados dos amigos dos usuários. O Facebook mudou essa política em 2015, proibindo a prática.

O que? Então o Facebook permite que os aplicativos acessem meus dados?

Quando você faz logon em um aplicativo usando sua conta do Facebook, o desenvolvedor geralmente solicita o acesso a informações que a rede social possui. Às vezes, a app pega apenas o seu nome e endereço de e-mail. Outras vezes, é a sua localização e os dados dos seus amigos também.

Tudo isso é praticamente o que qualquer desenvolvedor de aplicativos que funciona com o Facebook pode fazer. Ou seja, era até 2015, quando o Facebook impediu os desenvolvedores de aplicativos de ter acesso aos dados dos amigos. O resto, porém, ainda é uma prática normal.

O Facebook diz que suas regras especificam que os desenvolvedores não podem compartilhar as informações que recebem com outras empresas. É aí que surge o problema com Kogan e a Cambridge Analytica.

Você entrega suas informações aos desenvolvedores de aplicativos o tempo todo. Não gostou? Pense bem antes de clicar e sair instalando e leia os pedidos dos desenvolvedores de aplicativos com mais cuidado .

Isso pode levar a mais regulamentação?

Uma coisa sabemos com certeza: a lua de mel entre a indústria de tecnologia e o governo acabou . Depois de décadas de empresas de tecnologia (principalmente) sendo tratadas como crianças favorecidas, os legisladores e os reguladores governamentais estão assumindo cada vez mais uma posição contra elas.

Este escândalo renovou os pedidos de mais regulamentação.

“Este último fiasco poderia reacender o debate dentro dos EUA e a UE em torno de um ambiente regulatório mais apertado que o Facebook e seus parceiros sociais poderiam enfrentar daqui para frente”, escreveu Daniel Ives, analista da GBH Insights, em uma nota aos investidores logo após a polêmica.

Em Washington, os legisladores e outras autoridades exigiram rapidamente que o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, testemunhasse perante o Congresso, algo que ele não fez pessoalmente em audiências recentes sobre a intersecção de mídias sociais, eleições, trolls e pirataria.

“A falta de supervisão sobre como os dados são armazenados e como os anúncios políticos são vendidos levanta preocupações sobre a integridade das eleições americanas, assim como os direitos de privacidade”, disseram Amy Klobuchar, democrata de Minnesota, e John Kennedy, um republicano da Louisiana.

Na Europa, onde os reguladores tradicionalmente adotam uma postura dura em relação à mídia social e à privacidade, o presidente do Parlamento Europeu, Antonio Tajani, twittou que os legisladores da UE “investigarão completamente, levando contas às plataformas digitais”. No Reino Unido, Damian Collins, presidente do comitê do Parlamento que supervisiona questões digitais, disse que Zuckerberg precisa se levantar e responder perguntas diretamente.

“Alguém tem que assumir a responsabilidade por isso”, disse Collins. “É hora de Mark Zuckerberg parar de se esconder atrás de sua página no Facebook”.

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O que o Facebook está fazendo sobre isso?

Após cinco longos dias, Zuckerberg quebrou seu silêncio nesta quarta-feira com um post de quase 1.000 palavras em sua página no Facebook. O post foi o primeiro desde 2 de março , quando ele compartilhou uma foto de sua família celebrando o feriado judaico de  Purim .

Zuckerberg reconheceu que o Facebook cometeu erros com as informações dos usuários. “Temos a responsabilidade de proteger seus dados”, escreveu ele. “E se não pudermos, então não merecemos atendê-lo.”

Ele também prometeu investigar aplicativos que tinham acesso a “grandes quantidades de informação” antes que a empresa fizesse mudanças na quantidade de informações que aplicativos de terceiros poderiam acessar em 2018. O Facebook realizará uma auditoria completa de aplicativos que exibem comportamento suspeito e vão suspender desenvolvedores que não concorda com as auditorias.

O Facebook também está planejando restringir a quantidade de acesso que os desenvolvedores têm às suas informações, limitando as informações fornecidas aos aplicativos para: seu nome, foto e endereço de e-mail. Ele também irá revogar o acesso de um aplicativo aos seus dados, se você não usá-lo por três meses.

Por fim, o Facebook começará a exibir um indicador na parte superior do seu Feed de Notícias, que permite saber quais aplicativos você usou e permitir a revogação de suas permissões.

Tudo isso vai proporcionar conforto a muitos usuários, mas, Zuckerberg ainda não vai dormir tranquilamente. Os legisladores estão ameaçando chamá-lo para depor nos EUA e no Reino Unido .

O que eu posso fazer?

Não há muito. Você pode ter sido hackeado sem nem mesmo saber disso. Você não precisa nem ter baixado o aplicativo do Kogan para ter os seus dados liberados, já que as declarações e os artigos dizem que o aplicativo exibiu informações sobre os amigos dos usuários.

A Cambridge Analytica também não parece oferecer uma maneira para que você solicite identificar e remover quais informações suas estão em seus sistemas. A empresa se negou a responder.

Quanto ao Facebook, você também deve verificar suas configurações de privacidade no Facebook. E se você está realmente infeliz, você pode se envolver em uma ação coletiva, tipo a campanha #DeleteFacebook, apoiada por Brian Acton, co-fundador do WhatsApp que foi comprado pelo Facebook por US $ 19 bilhões, dizendo que esta é a hora de apagar sua conta do Facebook.

Ética, é preciso levar a sério e não fechar os olhos para questões tão importantes.

Para encerrar, Christopher Wylie, informante e ex-funcionário da Cambridge Analytica disse:

“Nem os seus amigos conhecem você tão bem quanto nós te conhecemos. Seus amigos conhecem o que você quer mostrar para eles, nós, sabemos até o que você não quer que ninguém saiba.”

Fonte: The Guardian/BBC/CNET