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Você ainda não entende o que de fato é o Windows Core OS? Fica sempre se perguntando qual a diferença dele para os demais projetos da Microsoft? Será que ele já está em operação? Onde entra o CShell nessa história toda? E o Projeto Andrômeda? Hoje, vamos sanar todas essas dúvida em um único post.

Conceito do Windows Core OS

Começando pela mais básico: o que é o Windows Core OS?

O Windows Core OS é um projeto audacioso por meio do qual a Microsoft vai unificar todo o núcleo de desenvolvimento em torno do Windows. Ele é o futuro do Windows que usa o código compartilhado do OneCore e cria um sistema operacional moderno e sem legado.

O Windows Core OS e o CShell (Shell auto-adaptável do Windows – falaremos dele mais a frente) permitem que a Microsoft crie rapidamente novas versões do Windows 10 e compartilhe componentes e recursos comuns em diferentes tipos de dispositivos e versões do WCOS de maneira rápida e fácil.

O Windows Core OS já está em ação?

Sim e não! Não porque o que temos hoje são várias versões do mesmo sistema operacional rodando em diferentes dispositivos. Há o Windows 10 para desktops, o Windows 10 para HoloLens, o Windows 10 para dispositivos IoT, o Windows 10 para o Surface Hub, o Windows 10 para Xbox e também o Windows 10 para telefones. Embora sejam todos do Windows 10, todos são sistemas operacionais tecnicamente diferentes que não funcionam muito bem em dispositivos para os quais não foram projetados, ou seja, não adianta instalar o Windows 10 para Desktops em um smartphone e esperar que a experiência seja agradável. O mesmo vale para o sentido contrário.

Mesmo sendo diferentes, todas essas versões compartilham de vários elementos universais, como por exemplo, o OneCore e o OneCoreUAP, que são camadas do sistema operacional que você pode encontrar em todas essas versões do Windows 10, que permitem coisas como a Plataforma Universal do Windows (UWP) funcionarem. Ou seja, os aplicativos universais seriam o SIM da pergunta chave desse tópico.

É olhando para essas diferentes versões do Windows 10 que a Microsoft percebeu que não valeria a pena escolher uma delas e transformá-la no Windows 10 “universal”. Imagine pegar o Windows 10 Mobile ou o Windows 10 ARM e a partir deles criar o Windows 10 para dispositivos com telas dobráveis. Seria mais uma versão do Windows 10 com centenas de milhares de recursos legados que acompanham o Windows desde sua criação.

A Microsoft quer romper com isso e está desenvolvendo um Windows 10 para a todos dominar… um Windows 10 realmente único, capaz de se adaptar a qualquer dispositivo onde ele for instalado, inclusive sua UI acompanharia tal adaptação. Ou seja, estamos falando o Windows Core OS e do CShell.

As grandes inovações do Windows Core OS são:

O Windows Core OS reduz o Windows ao mínimo. Ele não tem suporte a programas herdados do Win32 ou apresenta interfaces de shell legadas (ao menos não por enquanto). Ele também adere ao UWP como um núcleo para o sistema operacional, já que é mais leve e já universal.

A partir daí, a Microsoft pode desenvolver o Windows Core OS com diferentes componentes e recursos que, em seguida, podem ser aplicados aos dispositivos, quando necessário, seja ele qual for. Mas, desta vez, esses componentes e recursos podem ser compartilhados nos diversos dispositivos em que o Windows Core OS será executado.

É essencialmente uma plataforma modular. Qualquer recurso ou função criada pela Microsoft para ele pode ser aplicado a qualquer dispositivo desejado com o Windows Core OS. Por exemplo: vamos imaginar que a Microsoft crie suporte aos aplicativos win32 como um componente para o Windows Core OS em dispositivos como desktops e laptops. Como esse trabalho já foi feito, a Microsoft também pode levar esse componente do win32 para o HoloLens 2 ou o Surface Hub 2X executando o Windows Core OS, permitindo essa funcionalidade também nessas experiências.

Do lado dos desenvolvedores a coisa é ainda melhor, pois, o Visual Studio estará pronto para lidar com um sistema operacional perfeitamente modular, oferecendo ferramentas de desenvolvimento que levem a criação de aplicações igualmente auto-adaptáveis, que exigirão menos esforço para serem criadas e mantidas.

Onde entra o CShell?

Como já falamos antes, o CShell (Composable Shell) nada mais é do que o Shell auto-adaptável do Windows. O que é o Shell do Windows? O Shell é justamente a parte gráfica do Windows com a qual o usuário interage com o S.O. São os menus, os ícones, as grades, as janelas, etc e tal.

Hoje, cada versão do Windows usa seu próprio Shell. Mesmo que “por fora” tudo pareça igual/semelhante, por dentro há diferenças. Existem adaptações que não podem ser vistas a “olho nu”, mas elas estão lá.

A ideia com o CShell é tornar esse núcleo unificado, ou seja, o Windows usará um único Shell que será capaz de se adaptar de forma automática a qualquer dispositivo, incluindo o tamanho de sua (as) tela (as). É nesse ponto em que percebe-se como ele é necessário no desenvolvimento de dispositivos com telas flexíveis, já que a UI precisa se adaptar constantemente a posição que o aparelho está sendo usado sem perda de produtividade.

No vídeo a seguir podemos ver uma pitada do que o CShell é capaz. Nele você verá uma versão do Windows 10 Desktop sendo executada num HP Elite X3, que é um smartphone. O Shell do Windows se adaptou completamente ao tamanho da tela do device. Veja:

Sendo assim, de posse do Windows Core OS e do CShell, a Microsoft pode criar diferentes Shells com o CShell e compartilhar elementos entre eles sem precisar reescrevê-los. Ela pode criar uma verdadeira experiência de CShell de desktop e uma verdadeira experiência de CShell móvel e compartilhar componentes entre eles. Em alguns casos, a Microsoft pode até agrupar várias experiências diferentes do CShell em um dispositivo e inicializá-las onde isso fizer sentido.

Onde isso vai parar? Qual a real finalidade?

Conceito do dispositivo Andrômeda

Vamos imaginar que a Microsoft decida finalmente construir um Surface Phone com o Windows Core OS. Ele contará, principalmente, com uma experiência móvel, mas se você conectá-lo a um dock como o do Continuum, a Microsoft também poderá agregar a experiência real de desktop criada com o CShell.

Portanto, em vez de obter uma experiência de desktop “falsa”, como já tentamos fazer com o Windows 10 ARM64 em um Lumia, você realmente iniciaria a experiência de desktop real criada pela Microsoft para o CShell, que é executada em desktops reais. E isso é bem legal.

Outro exemplo: imagine um PC para jogos, que ao ser usado com um mouse e teclado usa uma interface de desktop regular real com uma barra de tarefas e menu Iniciar. No entanto, quando um controlador Xbox é conectado, ele é inicializado em um “Modo de Jogo” que ativa a mesma UI de console do Xbox que você pode encontrar no Xbox real, exceto que ele está sendo executado no seu PC e tem todos os seus jogos disponíveis. Isso também seria bem legal. Um verdadeiro console/PC.

Quando o Windows Core OS chega?

Oficialmente, a Microsoft anunciou dois dispositivos que executam o Windows Core OS: o Surface Hub 2X e o HoloLens 2. Embora a empresa ainda não tenha falado abertamente sobre o Windows Core OS, ela começou a exibi-lo em demonstrações ao exibir esses dispositivos, e cremos que foi proposital. O vídeo abaixo é um bom exemplo disso.

O pessoal do Windows Central criou algumas imagens do tipo mock-ups que são uma representação precisa da coisa real que eles afirmam ter visto internamente.

Para proteger as fontes quando necessário, eles recriaram o que consideram ser o mais próximo possível da realidade. Como é a natureza do software de pré-lançamento, no entanto, as coisas podem mudar e parecer diferentes quando são enviadas.

O exemplo acima é de uma “adaptação” do Windows Core OS chamada por muitos de Windows Lite OS. Ou seja, será uma forma do Windows se adaptar a um determinado tipo de hardware. Sua UI também é adaptável, assim como seus recursos.

A ideia é que essa adaptação do sistema operacional rode em PCs com telas dobráveis, laptops e tablets 2-em-1. Pode até aparecer no mítico dispositivo de Andrômeda da Microsoft.

É uma nova visão do que o Windows pode ser, introduzindo uma nova experiência de usuário que é um pouco mais parecida com o Chrome OS e menos com o antigo Windows.

Ele tem laços profundos com as experiências na web e coloca os aplicativos universais do Windows em destaque, com o objetivo final de ter tudo na Microsoft Store rodando em Santorini, que seria o codinome interno do projeto que chamamos por aqui de Lite OS e seus dispositivos. Centauro e Pégaso são codinomes para outros dispositivos com formatos diferentes, mas que também rodam o Windows Core OS que se adapta a cada um deles.

Uma outra vantagem do Windows Core OS tem relação com a otimização do processo de atualização do Windows 10. Sem dúvida teremos atualizações mais rápidas e eficientes. É algo muito semelhante a como o Android e o Chrome OS são atualizados hoje.

Nessas plataformas, o S.O. é executado em duas partições espelhadas separadas e, quando uma atualização está pronta para ser instalada, a atualização é baixada e instalada na partição offline que você não está usando atualmente. Quando isso for feito, o sistema operacional solicitará que você reinicie e, embora pareça que está apenas reinicializando, o que realmente está acontecendo é que você está inicializando na partição que acabou de passar 25 minutos instalando uma atualização em segundo plano. A Microsoft deverá fazer o mesmo com o Windows Core OS.

E quanto aos aplicativos?

Não há duvida que uma das principais preocupações que vem logo a mente quando se fala em novidades envolvendo o sistema operacional da Microsoft é com relação aos aplicativos e jogos. Isso porque até hoje, a Microsoft Store continua correndo “atrás” da Google Play Store do Android e da Apple Store da Apple quando o assunto é adesão de desenvolvedores e disponibilidade de aplicações diversas. Desde os tempos do Windows Phone que essa questão é tratada com bastante intensidade.

No tom original do Windows Core OS, os programas win32 (que são aqueles programas que baixamos arquivos do tipo .exe) não estavam no foco. Até ai tudo normal, afinal de contas, a ideia é popularizar os UWP, que são aplicações que fazem a frente da plataforma universal.

Só que hoje, no entanto, a Microsoft entende que, se o Windows Core OS quiser ter alguma chance no mercado, ele precisará ser capaz de executar programas do win32, dado o enorme legado de aplicações que ele carrega, então, eles darão um jeito nisso… tanto que é sabido que eles estão explorando muitas maneiras diferentes de levar o suporte a programas legados para o Windows Core OS, incluindo virtualmente por emulação remota e local, e de forma nativa por meio de algo chamado internamente “Win32usermode”.

O Win32usermode será disponibilizado onde fizer sentido, como no Windows Lite OS, por exemplo. Fazer com que o programa legado suporte um componente WCOS significa que ele não interferirá no núcleo moderno do sistema operacional, mantendo o Windows Core OS limpo e leve sem perder o suporte a programas legados.

É muito provável que esse suporte seja limitado a aplicativos de área de trabalho somente na Microsoft Store ou seja sideloaded, quando apropriado, usando o pacote APPX ou MSIX. É improvável que você consiga executar programas .exe puros e inalterados.

E o atual Windows 10? Vai ser descontinuado?

Ele continuará vivo. Ao contrário do que muitos poderiam pensar, o Windows Core OS continua sendo o velho e bom Windows enquanto sistema operacional e a maioria das atuais versões do atual núcleo de desenvolvimento continuarão na ativa, inclusive recebendo novos recursos. Ou seja, o Windows 10 como o conhecemos hoje NÃO será descontinuado ou substituído por completo. Quem sabe num futuro distante isso venha a acontecer, mas será algo bem natural e não disruptivo.

Até porque levará bastante tempo até que empresas e grandes corporações acompanhem o desenvolvimento do Windows Core OS e este ainda venha a atender todas as demandas hoje suportadas pelo Windows 10. Basta lembrar da dificuldade que tem sido fazer com que empresas abandonem o Windows 7 em prol do 10.

Não deve demorar até que passemos a chamar o atual Windows 10 de Windows Classic ou algo do gênero, enquanto que o Windows Core OS deverá chegar num ponto de o chamarmos apenas de Windows. Ele poderá rodar no seu PC, Laptop, Híbrido, Fortable, Werable, IoT, na Nuvem, em todo lugar.

E o que vem a ser o Andrômeda OS e Polaris?

Assim como o Windows Lite OS é uma adaptação ou build do Windows Core OS, como você preferir, assim é o caso do Andrômeda e o Polaris.

Surface

Dispositivo conceitual que rodaria a build Andrômeda

Estas foram as duas primeiras versões do Windows Core OS sobre as quais a maioria dos canais especializados escreveram, mas a razão pela qual não estão incluídas é porque, em algum momento, essas edições do Windows Core OS foram colocadas em segundo plano, quando a Microsoft decidiu tornar o Windows Core OS uma plataforma para novas experiências em vez das existentes.

Polaris era essencialmente um tipo de “evolução” do Windows 10 S legado, exceto pelo fato dele ter sido construído em cima do Windows Core OS, o que significa que ele não tinha partes legadas.

Já Andrômeda OS foi uma experiência adaptada especificamente para dispositivos móveis de tela dupla que se concentravam em experiências de periódicos, o que muito provavelmente será substituído pelo projeto Santorini.

Ambas adaptações do Windows Core OS se parecem muito com o Windows 10, mas a Microsoft decidiu que não adianta tentar imitar o Windows 10 com o Windows Core OS. Em vez disso, está construindo novas experiências.

Então, por enquanto, o Andrômeda OS e o Polaris são considerados “mortos”. Santorini é um substituto adequado para ambos. O que é uma coisa boa, tendo em vista que nenhum dos dois projetos, Andrômeda e Polaris, chegaram a ser comercializados, pois, se rapidamente fossem substituídos por uma nova versão, a decepção seria avassaladora.

Super resumo do que vem a ser o Windows Core OS

Ele seria:

  • Uma base universal para produtos Windows
  • Permite que a Microsoft construa novas versões do Windows para diferentes tipos de dispositivos de maneira rápida e eficiente
  • Compartilha componentes e recursos onde isso faz sentido
  • Apresenta atualizações mais rápidas
  • É o futuro do Windows em novos e únicos tipos de dispositivos
  • Não substitui o legado Windows 10

Será que ainda restou alguma dúvida? Se sim, deixe um comentário que tentaremos ajudar.

Fonte > Windows Central Obg ao Marcelo Pacheco pela dica 😉