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Com o fim da linha Lumia e do Windows 10 Mobile (ARM32), muita gente insiste em afirmar que a Microsoft não quer mais saber do mercado mobile. A maioria que afirma uma coisa dessas parece considerar o smartphone como sendo a única porta de entrada para o mercado mobile e isso é um grande equívoco.

O segmento é muito maior que isso e tem outros representantes de peso, como por exemplo, os werables (dispositivos vestíveis), os smartwatchs (relógios inteligente), os 2 em 1 (Notebooks, CloudBooks, Tablets e outros) e tem ainda os dispositivos IoT (internet das coisas).

Indo para mais além do hardware, não podemos esquecer que o termo mobile remete muito mais a mobilidade do que a qualquer outra coisa, então, é esse mesmo mercado que abraça as aplicações mobile, serviços mobile e outros. Enfim, tem muito mais coisas por trás desse “mobile” do que um mero smartphone.

Agora, de posse dessas informações, ficará mais fácil entender quais os novos planos da Microsoft para o segmento. Até o momento temos ciência de três grandes visões da empresa para esse mercado, são elas:

Aplicativos multiplataforma e Nuvem

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Ainda hoje cedo, falávamos do Microsoft To-Do, o gerenciador de tarefas multiplataforma da empresa, hoje disponível para Windows 10, Android e iOS. Ele tem sido atualizado corriqueiramente  de forma simultânea nessas plataformas. Seria ele um bom exemplo de aplicação multiplataforma, mas essa visão vai para muito além disso…

Sobre essa visão a Microsoft tem na mesa um de seus planos mais audaciosos, que é o de transformar o Azure, sua plataforma em Nuvem, no “Computador do mundo”. A maioria dos seus esforços são impulsionados pelo crescimento exponencial do Azure.

Os sistemas operacionais móveis que executam aplicativos da Microsoft, como o próprio Windows 10, o Android e o iOS, estão conectados ao Microsoft Graph, a Cortana e são integrados ao Windows 10 por meio de aplicações como o Seu Telefone para Android, a Linha do Tempo para Android e iOS e dos Sets do Edge. Juntos eles deverão ser a “interface do usuário” para o “computador” da nuvem da Microsoft.

A Microsoft alcançou algum sucesso com essa estratégia, já que Office, OutlookMicrosoft Launcher e outros aplicativos da Microsoft foram baixados milhões de vezes no Android e iOS, e seus serviços em nuvem continuaram a crescer.

Embora a plena realização da estratégia da Microsoft de transformar plataformas concorrentes em um “front-end”, ou seja, em plataformas que são porta de entrada para seus produtos e serviços, esteja longe e o resultado seja incerto, a empresa é inflexível nesta abordagem atual para dispositivos móveis.

Projeto Andrômeda e novos formatos de dispositivos

Conceito do dispositivo Andrômeda

Aqui temos a visão de novos dispositivos que oferecerão inovações diversas com base em novos formatos, como os que podem se dobrar ou que possuem displays flexíveis.

Além disso, a linha entre computação móvel e tradicional (desktop) está se desgastando. A evolução da computação em nuvem combinada com a banda larga móvel (LTE e 5G) e os 2 em 1 em conformidade com o contexto e os PCs sempre conectados que fazem a transição de desktops para tablets tornaram a computação “transitória”. As pessoas que estão fazendo o que antes eram tarefas centradas em desktops em seus smartphones estão procurando fazer ainda mais.

É por isso que os smartphones estão ficando maiores e por que a Microsoft e outras empresas estão tentando tornar os dispositivos dobráveis e flexíveis mais relevantes.

A questão é: o software é fundamental para gerar um dispositivo dobrável funcional e com algum um propósito, então, é preciso um software que permita aos usuários fazer coisas com os dispositivos dobráveis que não é possível fazer com os que não se dobram, o que significa dizer que não adianta lançar um smartphone dobrável que nada mais é do que um telefone com uma tela expandida e que se dobra.

Dispositivo fictício da Microsoft que aparece em um vídeo da visão do futuro da companhia (assista esse vídeo no final desse post). Seria um dispositivo dobrável multifuncional

Nesse sentido é que tanto falamos sobre o termo “disruptivo”, que em termo simples significa uma grande ruptura com ou interrupção de algo, ou seja, ainda esperamos por um dispositivos ou dispositivos que transcendam os smartphone e rompam com esse passado. Seria algo semelhante ao que ocorreu com o próprio smartphone, que rompeu com os tradicionais feature phone e a telefonia fixa.

Diante disso, espera-se que o Pocket PC da Microsoft, também chamado de Surface Andrômeda ou ainda Surface Phone, se beneficie do Projeto OneCore, que é onde estão inseridos o Windows CoreOS, que seria uma versão autoadaptável do Windows, e do CShell, que seria a interface também autoadaptável do próprio Windows, para ter o poder (e utilidade) da computação desktop e uma interface do usuário que faça a transição entre desktop, tablet e dispositivos móveis (pense em algo como o Continuum dos Lumias 950 e 950 XL).

A grande trincheira aqui é a loja, que precisa criar forma para promover essa transição de maneira que o usuário obtenha seus aplicativos e jogos de maneira simples e intuitiva.

Realidade Mista e HoloLens

A imagem acima foi retirada de uma patente requerida pela Microsoft e sem dúvida remete a um Headset de realidade mista. Poderia até mesmo remeter a alguma versão do HoloLens, o computador holográfico da Microsoft, mas não temos certeza ainda…

O fato é que a Realidade Mista e o HoloLens fazem parte da estratégia mobile da Microsoft. Eles já estão bem adiantados nesse quesito, tanto que a plataforma de realidade mista do Windows (Windows Mixed Reality) já evolui de forma considerável desde seu lançamento há 3 anos e deve continuar evoluindo ainda mais nos próximos anos.

O CEO da Microsoft, Satya Nadella, já falou em diversas ocasiões que ele vê a realidade mista (AR) e virtual (VR) como o futuro da computação. Tim Cook, CEO da Apple, Mark Zuckerburg, CEO do Facebook, Sundar Pichai, CEO do Google, Ralph Osterhout, CEO da ODG concordam com Nadella e suas empresas também tem investido milhões em P&D para alavancar essas tecnologias.

Conceito de aparelhos como esse não devem demorar a virar realidade

O criador do HoloLens, Alex Kipman, chegou a dizer que “os smartphones estão mortos” e a chefe do Programa Windows Insider, Dona Sarkar, argumentou que olhar para as telas não parece algo natural. Ou seja, cedo ou tarde a tecnologia nos conectará a algo bem diferente dos smartphones. Algo que seja mais natural e que possa “nos equipar”.

Conclusão

A Microsoft tem grandes planos para o mercado mobile, eles só não passam pelos tradicionais smartphones que hoje usamos. Tudo terá muita relação com a Nuvem, Inteligência Artificial, Aprendizagem de Máquina, mobilidade, multiplataforma e sinergia.

E não pense que as ideias da MS são para daqui a 10 ou 20 anos. Ainda em 2019 veremos algumas dessas coisas sendo anunciadas e em 2020, quem sabe, já teremos algo disponível para compra nas lojas.

O vídeo abaixo revela a visão de futuro da empresa, da qual podemos retirar boa parte do que lemos nesse post

Fonte > WC