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É inegável que a Microsoft não obteve o sucesso desejado no mercado de smartphones, no chamado “mercado mobile” da atualidade, porém, as coisas mudam, e esse mercado mobile está prestes a mudar e a referência pode não ser mais o smartphone. Algumas empresas já estão de olho na “próxima grande coisa” no mercado de tecnologia, como a Qualcomm, que recentemente fechou uma grande parceria com a Microsoft e mostrou que a empresa está sempre pensando pelo menos 10 anos a frente do que temos hoje.

O CEO da Qualcomm, Steve Mollenkopf, já chegou a afirmar que a Qualcomm investe em tecnologias até 10 anos a frente do que as pessoas as utilizem hoje:

“Nós trabalhamos em tecnologias fundamentais que as pessoas usarão daqui há dez. A Qualcomm tenta descobrir como podemos obter o maior número de pessoas possível usando o roadmap para celular. O smartphone é apenas o primeiro passo nessa jornada.”

É notável que o CEO da empresa cujas tecnologias definiram a indústria do smartphone afirma que o smartphone é apenas o primeiro passo para conseguir o maior número possível de pessoas no roadmap da mobilidade. Esta não é uma história sobre o retorna da Microsoft para o mercado de smartphones, mais sim, sobre a evolução  do smartphone.  O vídeo abaixo extraído de um evento da Qualcomm trata um pouco sobre isso.

Ainda sobre isso, Mollenkopf , o CEO da Qualcomm, citou alguns exemplos de como a empresa trabalha dessa forma ao falar o seguinte:

“Apostamos que a conexão de dados seria muito importante em todo o mundo, então inventamos todas as tecnologias para permitir que isso ocorresse. Apostamos que a compactação de vídeos seria muito importante em todo o mundo porque as pessoas transmitiam vídeo e áudio, então trabalhamos com tecnologias de compactação de áudio e vídeo.” Tudo isso muito tempo antes da grande popularização de tais tendências.

É nesse contexto que a Qualcomm e a Microsoft se uniram para tornar os “PCs sempre conectados” uma nova categoria da plataforma de computação de desktop mais prolífica do planeta e um meio de adicionar mais pessoas a esse roteiro.

Parceria entre  Microsoft e Qualcomm ainda vai dar o que falar

https://www.youtube.com/watch?v=ONI0zfEnBPU

A Qualcomm gosta de se posicionar na base de mudanças tecnológicas. Ela, assim como a Microsoft, constrói as ferramentas que os outros usam. Sobre isso Mollenkopf disse o seguinte:

“Você está familiarizado com o smartphones porque há cerca de 10 anos, antes do smartphone … a Qualcomm trabalhava na tecnologia necessária para habilitar o smartphone. Nós inventamos as principais tecnologias e as ferramentas que permitem que o roadmap móvel avance. Uma dessas ferramentas é o chip – mas, temos um papel maior no ecossistema do celular e nossa relevância para mais eletrônicos de consumo e indústrias está aumentando.

Mollenkopf costuma chamar os smartphones de computadores de baixa potência. Ele já aponta uma evolução nesse segmento ao remeter aos Always Connected PCs (computadores sempre conectados, como o ASUS Nova Go e o HP Envy X2), mas, até onde a Qualcomm irá para imprimir esse seu plano no mercado e em que etapa isso está HOJE?

HP Envy com Snapdragon 835 + Windows 10

  • Always Connected PCs – esses PCs não precisam de Wi-Fi, mas permanecerão conectados a uma rede e receberão notificações e alertas como os smartphones. Eles rodam o Windows 10 ARM64 da Microsoft e já estão prontos para irem a qualquer lugar se mantendo conectados o tempo todo, assim como os smartphones;
  • Instant on – Depois de horas de espera, esses PCs ligam instantaneamente como os smartphones.
  • Vida útil da bateria – Esses PCs terão a vida útil da bateria todos os dias, assim como os smartphones.

Onde vamos parar então?

A ideia sem dúvida tem como ponto final a convergência perfeita entre o smartphone e o PC. Isso significa que cedo ou tarde haverá apenas um dispositivo que funcionará como PC e também como smartphone.

É dessa ideia que saem os infinitos rumores sobre Surface Phone, dispositivos com telas dobráveis, wearables futuristas, entre outros dispositivos. Alguns deles, como o Surface Phone, podem ser dispositivos definitivos, ou, que representam sumariamente a convergência que falamos acima. Outros, como os wearables, serão uma extensão desses dispositivos. Periféricos capazes de expandir não apenas as capacidades do dispositivo, como também as nossas.

Esse conceito aqui parece ter sido arrancado das estranhas dessa patente…

Perceba que essa evolução é maior que a Microsoft. Ela não é a única que está trilhando esse caminho até essa convergência. Samsung, Apple e muitas outras empresas sabem o que os futuro lhes reserva e já começaram a se mover. O Samsung Dex é um bom exemplo disso; temos a Apple abrindo espaço para rodar os Apps do iOS no macOS, então, aos poucos, as coisas estão andando e a Qualcomm está de olho nesse futuro.

Inclusive não seria um exagero dizer que a Qualcomm tem muito mais interesse nessa convergência do que a própria Microsoft, afinal de contas, de quem são os chips desenvolvidos especificamente para dispositivos portáteis? A Intel nunca foi boa com chips dedicados a esse segmento, então, você já sabe a resposta…

Aplicativos podem ser a corda que continua detendo o avanço da convergência entre PCs e Smartphones

Se tem uma coisa que tem atrapalhado essa evolução são os aplicativos. Hoje, eles estão dispersos em 5 ou 6 grandes linguagens de programação (JavaScript, C++, Objective-C , UWP, C#, etc) e isso tem seus pontos negativos. Temos a loja do Android e do iOS lotadas de aplicações e jogos, mas que só rodam em suas próprias plataformas. A loja do Windows tem milhares de aplicações também, mas que ainda está longe de contar com uma diversidade da Play Store e da App Store.

Diante dessa situação, e sabendo que a evolução precisa continuar, as gigantes do mercado começaram a investir algum tempo e dinheiro nos chamados Progressive Web Apps (PWA), que são aplicações que podem promover a ruptura chave com o modelo tradicional de distribuição de aplicativos… isso porque eles são multiplataforma. Eles podem rodar em qualquer plataforma se assim seu desenvolvedor permitir. O dev usaria um único código para ter seu aplicativo disponível nos mais diversos sistemas operacionais disponíveis no mercado, bastando apenas que o browser de tal S.O. contasse com suporte aos PWA, o que já ocorre hoje.

Ao promover uma grande adesão aos PWA, Microsoft, Google, Apple e outras estariam beneficiando a si próprias, tendo em vista que a ideia do PWA não é matar a aplicação nativa, mas sim, dar mais amplitude a gama de aplicações existentes na atualidade e ainda permitir que o hardware continue evoluindo sem qualquer corda o segurando. É dar escolhas ao usuário, é diminuir a carga de código, é facilitar a entrada de novos desenvolvedores no mercado, é usar a Nuvem no mais amplo sentido de sua existência, enfim, há muito mais benefícios do que malefícios.

A evolução já começou

Se você pensa que essa convergência está há anos de distância, discorde de você mesmo, pois, esse novo segmento está sendo impulsionado por duas grandes forças… que é a inteligência artificial e a aprendizagem de máquina em convergência com a Nuvem.

Em breve, um hardware super simples poderá executar tarefas que hoje exigem um hardware parrudo e caro. Não muito distante, grandes programas poderão rodar em hardwares simples baseados na computação em nuvem. Um AI local poderia otimizar facilmente o conjunto de tarefas que seu dispositivo precisa executar, o que exigiria menos processamento e assim por diante, abrindo caminho para dispositivos verdadeiramente portáteis e poderosos. Isto é, um computador do tamanho de um smartphone, porém, versátil o suficiente para atender todas as suas necessidades diárias de produtividade, conectividade e entretenimento.

Fonte: Windows Central