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Cientistas misturando componentes genéticos de duas espécies de animais diferentes parece o começo de um filme ruim de ficção científica, mas é exatamente isso que uma equipe de pesquisadores acabou de fazer. Injetaram células-tronco humanas em embriões de ratos. Pouco mais de duas semanas depois, a equipe tinha embriões de camundongos mais maduros que continham até 4% de células humanas.

Esses híbridos de espécies cruzadas, chamados quimeras, eram longos objetos de ficção, mas mais recentemente se tornaram realidade. Cientistas de vários países realizaram experimentos em que as células humanas foram adicionadas ao desenvolvimento de embriões de animais, mas nenhum deles conseguiu criar um animal composto de tantas células humanas quanto esses ratos.

Conforme relata a ScienceNews, os pesquisadores modificaram as células-tronco humanas ajustando uma proteína e trazendo as células de volta ao estágio anterior de seu desenvolvimento. Isso pode ser o que permitiu que as células se adaptassem ao novo ambiente após serem injetadas nos embriões de camundongos.

Depois de deixar os embriões se desenvolverem por mais 17 dias, os cientistas descobriram que as células humanas haviam se espalhado por grande parte do animal em desenvolvimento. As células humanas foram encontradas em tecidos que formariam o coração e o cérebro e eram especialmente abundantes no sangue. Nem todos os embriões se desenvolveram da mesma maneira e alguns tiveram células humanas em lugares onde outros não, como os olhos.

Mas por que criar híbridos humano/animal?

A ideia aqui não é criar híbridos humano/animal simplesmente por fazê-lo. Pode parecer muito “brincar de Deus”, mas os cientistas têm vidas humanas em suas mentes. Pensa-se que, se o desenvolvimento desses animais híbridos atingir um certo nível de maturidade, os animais poderão desempenhar um papel dramático nos testes de tratamentos que salvam vidas que podem ser utilizados em humanos. É até possível que animais específicos, como porcos, possam um dia cultivar órgãos humanos, oferecendo assim aos médicos uma nova fonte de órgãos saudáveis para uso em transplantes.

Esse, é claro, é o lado científico das coisas. A ética de tudo isso é outra história. É fácil para nós dizer que uma vida humana é mais valiosa do que a de qualquer animal aleatório, mas a ideia de criar fazendas de híbridos humano/animal apenas para que possamos arrancar suas tripas e colocá-las em nossos próprios corpos é um pouco, bem, desconfortável de pensar.

De qualquer forma, certamente ainda não chegamos lá e, embora o rato 4% humano esteja a um passo nessa direção, há muito mais trabalho a ser feito.

Fonte: Bgr

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