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O CEO da Microsoft, Satya Nadella, foi entrevistado pelo pessoal da Future Decoded e durante o bate-papo o executivo foi questionado sobre a monetização dos dados de seus usuários, pois, como sabemos, a Microsoft coleta nossos dados de maneiras diversas, seja pelo Windows, pelo Office, pelo LinkedIn, Outlook e outras aplicações. Mas, você sabia que é possível ganhar dinheiro com esses dados? Como a Microsoft faz isso e onde seus dados vão parar?

As respostas de Nadella foram bem objetivas e simples quanto a isso. A primeira grande questão é: para que a Microsoft usa seus dados? Então, antes de chegar nas respostas do CEO, vamos entender algumas informações relevantes ao analisar alguns exemplos de como a Microsoft e outras empresas ganham dinheiro com seus dados na internet.

Telemetria

Um das principais utilidades da coleta de dados dos usuário é a telemetria. Mas, o que é isso? A telemetria ajuda a resolver bugs bem específicos. Por exemplo, certas combinações de drivers e hardware de áudio resultavam em problemas de som. Dados de diagnóstico no nível “completo” permitiram detectar essas combinações e resolver o bug no sistema.

Com base nisso fica fácil perceber que de maneira prática, a telemetria nada mais é do que a coleta de dados de uso do sistema de forma que seu desempenho seja medido remotamente. É por meio da telemetria que a Microsoft acompanha o desempenho do Windows por exemplo, e descobre problemas, entre várias outras coisas.

Essa coleta não gera uma receita direta a Microsoft, porém, tal controle torna possível otimizar o Windows com mais efetividade, o que de maneira indireta gera lucratividade para a empresa, pois, ela gastará muito menos com recursos humanos e tecnológicos para corrigir problemas com seu produto ou serviço.

Caso o usuário se sinta incomodado em fornecer dados desse tipo, desde a Atualização Creators Update do Windows 10 que já é possível cancelar o envio de dados, então, fique a vontade para desativar o recurso.

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Assim como o Google e outras tantas empresas do ramo, a Microsoft também vende espaços publicitários em seus serviços, como o Bing, Outlook, entre outros. Repare que quase sempre que você navega conectado a sua conta Microsoft ou Google no seu browser favorito, os anúncios que aparecem para você são direcionados, ou seja, são baseados nas suas buscas e no seu comportamento na web. Isso só é possível por meio da coleta dos seus dados de navegação, entre outros.

Neste caso, a Microsoft ganha dinheiro com seus dados ao vender a seus anunciantes a possibilidade de direcionar seus anúncios para usuários que estão buscando justamente por tal produto. Todo esse redirecionamento é feito por algorítimos gigantescos e que criam essa “personalização” na sua navegação.

Onde ficam meus dados depois de coletados?

Bom saber também que seus dados ficam armazenamento nos servidores da Microsoft de forma segura e o acesso a eles não é feito por pessoas físicas. Isto significa dizer que um funcionário da Microsoft não pode ir lá e simplesmente pegar seu telefone ou e-mail. Hoje, principalmente, a maioria dos acessos a esses dados é feito por meio de uma Inteligência Artificial, ou seja, por um robô, que vai lá, coleta os dados necessários e, por meio de algorítimos diversos, oferta a você o que estamos falando aqui.

Voltando a entrevista do Nadella…

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Satya Nadella – atual CEO da Microsoft

Agora que você entendeu mais ou menos como as empresas podem usar seus dados pessoais para ganhar dinheiro, voltaremos as respostas dadas pelo CEO da Microsoft quanto a monetização dos dados dos usuários da empresa.

“Não queremos monetizar em excesso. Uma das coisas que fizemos foi garantir que a utilidade fosse maximizada para os usuários”, disse Nadella ao Times. “Os usuários só devem usar um serviço se esses dados criarem utilidade para eles. Se você pensar no LinkedIn, é tudo uma oportunidade econômica para o membro. Não se trata de pegar dados de membros e usá-los para outra coisa”.

Em outro momento ele complementou:

“… a Microsoft não deve entrar em um modelo de competição de negócio”, que é uma referência a empresas como Facebook e Google.

Analisando a fala do CEO, vemos que a ideia da Microsoft não é simplesmente pegar seus dados e “vendê-los” a seus anunciantes como fazem o Facebook e o Google por exemplo. A política da empresa para esse assunto é mais voltada para agregação de valor e funcionalidades úteis ao próprio usuário ao qual os dados pertencem. Vamos a um exemplo prático.

Digamos que você esteja pesquisando um emprego de engenheiro no Bing. com e está logado com sua conta Microsoft. Caso você use essa mesma conta Microsoft para criar uma conta no LinkedIn, muito provavelmente a rede social corporativa em questão começará a sugerir opções para maximizar suas chances de conseguir o emprego desejado, que foi o que você pesquisou no Bing. O mesmo vale para buscas de produtos diversos.

A ideia é otimizar a vida do usuário, o que consequentemente retornará em forma de lucro para a empresa de qualquer modo. Com informações coesas e consistentes o usuários pode simplesmente passar a consumir ainda mais produtos e serviços da empresas, como o Office 365, o LinkdeIn Premium, o Windows, o Azure, o OneDrive, o Outlook e assim por diante, já que eles o ajudam a fazer mais.

Concluímos que o CEO deu a entender que a empresa ganha dinheiro com seus dados ao maximizar suas oportunidades de crescimento pessoal e profissional, também promovendo uma maior integração dos dados da sua vida digital e que isso retorna a empresa em forma de lucro indireto.

Você entendeu da mesma forma? Ou estamos sendo ingênuos demais?