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Em uma entrevista no mínimo polêmica, o CEO da Cyanogen Kirk McMaster, disse ao Business Insider que podemos esperar que num futuro próximo a Samsung tenha um fim parecido com o da Nokia, ao menos com relação ao mercado mobile.

Cyanogen contra windows android ios

Para quem não conhece, a Cyanogen é a empresa responsável pela CyanogenMod, que é a ROM customizada mais popular no mundo Android. Ela foi criada por Steve Kondik – recentemente contratado pela Samsung em virtude do sucesso de suas versões do Android. Ela oferece uma customização diferente e por vezes mais eficiente que as versões implementadas pelos OEMs do Android. Como o próprio McMaster diz: a CyanogenMod oferece mais opções de customização do sistema sem penalizar o desempenho do mesmo.

Ele teceu tal comentário baseado em alguns fatos e argumentos. O primeiro deles é que McMaster prometeu que muito em breve sua empresa lançará uma versão de código totalmente aberto. Atualmente a versão mais nova da CyanogenMod ainda tem diversos vínculos com a versão do Android da Google, tanto que ela tem acesso a Google Play e demais serviços da gigante das buscas nativamente no sistema. No futuro, com a abertura total do código, essas permissões devem ser retidas pela própria Google, e a ROM passará a ser um sistema completo e de código totalmente aberto, como o Linux.

Open Source

Depois ele argumentou que no futuro a vitória no mercado mobile será justamente de softwares de código aberto, quando afirmou: “Para ser honesto, acho que é a plataforma aberta que vai ganhar. Essa noção de uma plataforma de computação aberta que vai capturar os corações e mentes é onde a inovação vai ocorrer”. Ao fazer tal afirmação ele deu uma sentença de exílio a softwares como o iOS, o Windows Phone e até mesmo a versão do Android da Google, que nem é de código aberto propriamente dito.

Ele ainda foi mais longe ao afirmar que no futuro a produção de hardware de smartphones e celulares será descentralizada, e que fabricantes locais irão minar o crescimento de grandes fabricantes, tal como a Samsung. Ele disse: “… assim como aconteceu no mercado de softwares, com milhares de pequenas desenvolvedoras, agora a descentralização vai acontecer no formato de hardware […] Vemos empresas locais crescendo nos mercados. Elas entendem de marketing e distribuição melhor do que qualquer gigante que tenta mudar para a região. Elas sabem o que é preciso para influenciar a dinâmica do mercado…”. Somando todos os seus argumentos e previsões, sim! Podemos acreditar que esse seria o fim para a Samsung nesse segmento, e também da Microsoft, já que estamos falando não só de produtoras de hardware, mas também de softwares proprietários.

Todos os seus argumentos têm fundamento, tanto que recentemente eles fecharam uma parceria com a Qualcomm visando a produção de novos hardwares que seriam equipados com o software da empresa, o que cortaria mais um custo de produção, assim como outros pós-produção, como alguns royalties. Para quem duvida que isso é possível basta olha para o smartphone One Plus, que é vendido pela própria fabricante e é equipado com a CyanogenMod de fábrica. Tem também o exemplo da “pequena” gigante que vem crescendo na China fazendo praticamente o mesmo, que é a Xiaomi, que começará inclusive a atuar no Brasil ainda este ano.

O One Plus vem equipado com uma versão do Android criada pela Cyanogen

O One Plus vem equipado com uma versão do Android criada pela Cyanogen

Além disso, já sabemos que a Cyanogen até ganhou uma visita do CEO da Microsoft, Satya Nadella, no ano passado, e que informações já confirmaram que a Microsoft também está investindo na Cyanogen.

Ainda é muito cedo para entender e explicar esse cenário de uma forma límpida e objetiva, porém, se McMaster estiver certo, o futuro do mercado mobile é muito mais incerto do que qualquer um poderia imaginar, e isso explicaria o porquê da Microsoft estar investindo tanto dinheiro, tempo e dedicação no Windows 10, com o qual eles terão seu próprio “ecossistema” operacional e de hardware, mas sem deixar de ganhar dinheiro com softwares de código aberto, como ela faz atualmente com o Android da Google.

Fontes: Olhar Digital e Gizmodo