O CEO da Apple, Tim Cook, teceu duras críticas ao Spotify no que se refere a recomendação de músicas no aplicativo. Mesmo que ele não tenha mencionado o nome do serviço concorrente, nós sabemos que ele falava do Spotify. Cook fez a crítica enquanto fazia comentários sobre a plataforma de streaming de músicas da empresa que ele dirige, o Apple Music.
“Na Apple nos preocupamos em como a humanidade está sendo drenada da música; nos preocupa que isso se transforme em um mundo de bits e bytes, no lugar de se focar na arte e no ofício.”
A referência diz respeito ao fato do Spotify ter começado a usar Bots para fazer recomendações de músicas, playlists e artistas para seus usuários, enquanto que na Apple a maior parte desse trabalho é feita por artistas reais e especialista do ramo. Segundo Cook, ao retirar dos humanos essa tarefa estaríamos nos afastando da “essência” da música e de sua natureza enquanto expressão artística, mas, será que é mesmo dessa forma? Será que ele está certo? ou Cook parece não enxergar que as coisas evoluem?
Quando o Spotify estreou em outubro de 2008, as pessoas adoraram a experiência, e a empresa ganhou milhões de usuários em seu primeiro ano e 250.000 assinantes pagantes. Mesmo antes de ser lançado nos Estados Unidos em 2011, criou-se meio que um culto de fãs americanos, incluindo o co-fundador do Napster, Sean Parker, e o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg.
“Acontece que as pessoas não pagavam pelo acesso à música”, explica Gustav Soderstrom, chefe do setor de P & D do Spotify. “Eles estavam pagando por conveniência.” A versão desktop gratuita e suportada por anúncios tornou-se efetivamente um alimentador para a assinatura móveis de US $ 9,99 por mês.
O Spotify sempre se projetou da filosofia: “você não precisa de gravadoras” e por isso é possível afirmar que esse serviço não está preso a qualquer dogma, portanto, muito dificilmente palavras de qualquer CEO de uma marca concorrente o fará parar de querer inovar e os Bots são parte de uma evolução que está chegando e ela é inevitável. Inteligência Artificial, Aprendizagem de Máquina e a Nuvem são coisas das quais não teremos como viver sem ou simplesmente ignorar, mesmo em serviços tão tradicionais como o de música.
Poderia ainda existir a possibilidade do CEO da Apple ter criticado o Spotify simplesmente por se sentir ameaçado, dado o fato de que o Apple Music ainda usa um formato bastante tradicionais de distribuição do seu portfólio. Claro que ainda temos na jogada o poderoso e influente serviço de streaming de músicas da Amazon, o Amazon Prime Music Unlimited, que também é muito forte no mercado americano, no entanto, quem mais cresceu nesse ramo foi mesmo o Spotify, que registrou um lucro de quase US $ 14 bilhões no segundo trimestre de 2018.
A Microsoft se dá muito bem com o Spotify, tanto que recentemente anunciou uma integração do serviço com o Skype, seu principal mensageiro. Os usuários poderão acessar o Spotify Add-In no menu de um bate-papo. De lá, eles podem procurar por músicas, álbuns ou artistas, visualizar e compartilhar músicas, e até tocar música no próprio Spotify. Isso é algo inédito nesse cenário. E como a Microsoft já não tem mais um serviço desse tipo, haja vista que ela encerrou o Groove Music Pass ano passado, resta procurar parcerias para manter seus usuário engajados.
Claro que não poderíamos esquecer do Google e seu Youtube, que mesmo não sendo um serviço exclusivo de streaming de músicas, é usado por milhões para esse fim. Muita gente faz uso das Playlists de vídeos musicais só para escutar música e esse serviço ainda “rouba” usuários dos serviços dedicados já comentados.
Quem será que está certo? Tim Cook ou Daniel Ek, CEO do Spotify?
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