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O Android está prestes a se tornar efetivamente um software livre (open source)… claro que antes que você distribuir críticas por ai dizendo que o Android já é open source e que estamos falando bobagem, na prática sabemos que o Android possui, ou possuía, amarras bem fortes que o prendiam ao Google. Vamos entender porque…

O Android do Google não é o mesmo Android Open Source que você imagina…

O Android, enquanto sistema operacional PURO é, de fato, um software livre. Seu código fonte pode ser modificado por qualquer desenvolvedor ou empresa e distribuído de forma livre por qualquer pessoa, porém, a versão desse S.O. que você usa no seu smartphones Samsung, LG, Sony, Nokia, etc, é a versão do Android criada e suportada pelo gigante das buscas e ele é um pseudo-software livre.

Hoje, tal versão pode ser instalada e distribuída de forma gratuita por qualquer empresa, mas como não existe almoço grátis, essa “gratuidade” tem um preço e ele é a obrigatoriedade da OEM (Fabricante) pré-instalar todos os aplicativos by Google no seu telefone.

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A versões do Android by Google recebem nomes de doces

Esses aplicativos são: a Play Store, lembrando que seu nome original é justamente Google Play Store, ou seja, é uma loja do Google e não do Android, o navegador padrão precisa ser o Google Chrome e o buscador padrão precisa ser o Google Search. O Android que você usa em seu smartphone atual, por mais que ele seja customizado, é by Google.

Sabe aquelas atualizações? Android 7.1 Oreo, Pie 9,0 essas coisas? São grandes atualizações que são oficialmente construídas e suportadas pelo Google (o código base), tanto que seus serviços e aplicativos já citados acompanham essas versões. Então, caros amigos o Android que domina mais de 82% do mercado de smartphones é um pseudo-software livre.

Decisão da União Européia pode ter colocado um fim nesse monopólio do Android by Google

Para relembrar:

Em julho, a Comissão Européia multou o Google em € 4,34 bilhões ou agora seguindo as regras antitruste da UE. De acordo com a CE, o Google impôs restrições ilegais a fabricantes e operadoras de redes móveis para manter sua posição dominante em buscas e outros serviços.

Embora a empresas esteja recorrendo da decisão, eles precisa cumprir a orientação da UE para remediar os abusos, que incluem:

  • Exigir que os fabricantes pré-instalem o aplicativo Google Search e o navegador (Chrome), como condição para licenciar a a Play Store;
  • Efetuar pagamentos a determinados grandes fabricantes e operadoras de redes móveis, desde que eles pré-instalem exclusivamente o aplicativo de pesquisa do Google em seus dispositivos; e
  • Impedir que os fabricantes que desejam pré-instalar os aplicativos do Google vendam até mesmo um único dispositivo móvel inteligente que esteja sendo executado em versões alternativas do Android que não foram aprovadas pelo Google (os chamados “forks do Android”).

Tudo isso significa que a UE está forçando o Google para que a empresa conceda ao Android uma carta de alforria. Isto é, que o liberte, de fato, das amarras que hoje o prendem a Play Store e demais aplicativo by Google.

Estamos olhando para o “nascimento” de um Android livre da obrigatoriedade da pré-instalação de aplicativos gloglianos, ou seja, um Android Open Source de verdade.

Especulações sobre o futuro do Android livre do Google

Pode não mudar nada

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Pode simplesmente não mudar nada. As OEMs podem simplesmente repassar o custo de licenciamento dos produtos Google e da loja a seus consumidores e tudo continuar exatamente do que jeito que está. Teríamos apenas um aumento no preço dos aparelhos, que nem deve ser tão grande assim.

Fabricantes podem passar a licenciar apenas a Play Store

Com as restrições impostas pela UE qualquer OEM poderia lançar seu smartphone Android sem a Play Store, sem o Chrome e sem o Google Search. Por exemplo: digamos que a Microsoft resolvesse ressuscitar os Lumias e lançar alguns modelos com Android… ela poderia pré-instalar o Bing e o Edge com padrão sem maiores problemas. A questão é: e a loja de aplicativos?

A Play Store já é lotada de aplicações de outras grandes marcas, como da Microsoft

Com as novas regas a Microsoft poderia licenciar apenas a Google Play Store, pagando uma taxa de licenciamento e assim por diante, porém, ainda seria bastante dependente da versão by Google, pois, como falamos antes a Play Store anda em sintonia com as versões do sistema lançadas pelo Google, então, a versão do Android da Microsoft precisaria seguir de perto a do Google.

Ela poderia instalar a Microsoft Store? Sim, por que não? a questão é: quais aplicativo da Microsoft Store funcionariam no Android? Se lembre que por trás de todo aplicativo tem uma linguagem de programação, contudo, nada é impossível. Então, sim! a Microsoft Store poderia, um dia, ir parar dentro do Android. Quem sabe até via Azure

Podem surgir lojas concorrentes da Play Store

Fabricantes também passariam a ter a liberdade para criar e distribuir seus aplicativos e de terceiros por meio de sua própria loja, como já vemos de forma bastante tímida na lojinha de Apps da Samsung para seus Galaxys. Mesmo servindo como referência, a loja da Samsung ainda é muito atrelada a Play Store. O melhor exemplo do que pode ocorrer vem da China ou dos EUA…

Como o Google não opera na China, isso mesmo! não tem Google na China, o Android é distribuído por lá sem a Play Store, o que levou ao nascimento de centenas de lojas de aplicativos independentes. Hoje, já foram contabilizadas mais de 400 lojas de apps para para esse sistema na China, dais quais 10 se destacam, porém, nenhuma delas detém mais do que 1/4 do total de utilizadores (exemplos de lojas chinesas de apps: Tencent App Store, Qihoo 360 App Store, Xiaomi App Store, Huawei App Store, Baidu App Store, Wandoujia). O mesmo fenômeno pode ocorrer na Europa e, consequentemente, em outras regiões.

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Algumas das centenas de lojas de aplicativos para o Android disponíveis para os chineses

Muitos podem considerar um retrocesso o tal surgimento de novas lojas concorrentes da Play Store, fazendo com que a vida dos desenvolvedores se torne um verdadeiro inferno, já que eles precisariam aprovar suas criações em diversos canais de distribuição, no caso, em diversas lojas. Mesmo fazendo uso da mesma linguagem de programação ainda assim seria bastante trabalhoso entregar seu app em diversas lojas diferentes.

Nos EUA temos ainda a Amazon Store, que pode ser acessada a partir de dispositivos Android da marca, como o Kindle Fire, e conta com milhares de aplicativos.

Os PWA poderiam ajudar…

OEMs podem apelar para as soluções web neste caso. Elas poderiam apostar nos Progressive Web Apps (PWA), que são sites web que funcionam como aplicativo e vice-versa. Eles não precisam de lojas para serem baixados ou atualizados, rodam em qualquer sistema operacional que ofereça suporte ao Service Work e oferecem praticamente as mesmas comodidades de uma aplicativo nativo.

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A loja dos PWA é a própria internet

Como a maioria esmagadora dos S.O. e navegadores de internet disponíveis atualmente no mercado já suportam os PWA, essa poderia ser a solução perfeita para por um fim da dependência da Play Store no Android.

Então, qual sua opinião sobre tudo isso? Será que a Microsoft vai tirar proveito da novidade?