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Semana passada foi confirmada a informação de que a Microsoft vendeu sua fábrica localizada em Manus para a Flextronics. A ex-planta da Nokia que é bem antiga no país e emprega centenas de pessoas, já não está mais sob a tutela da Microsoft.

Entrada da antiga fábrica da Nokia em Manaus, que passou para a Microsoft e agora pertence a Flextronics

Entrada da antiga fábrica da Nokia em Manaus, que passou para a Microsoft e agora pertence a Flextronics

A venda da fábrica é parte integrante do plano de restruturação a nível mundial proposto pelo novo CEO da Microsoft, Satya Nadella, no qual estão inclusos planos para contenção de despesas e demissões. Uma das formas encontradas por Nadella e sua equipe para conter gasto, foi se livrar de ativos da antiga Nokia Mobile, adquiria pela gigante de Redmond anos atrás.

Como parte da reestruturação do negócio de dispositivos móveis anunciada anteriormente, a Microsoft tem procurado formas de aumentar a eficiência nas operações. Depois de uma profunda e minuciosa avaliação, e sujeita à aprovação regulatória final, a Microsoft decidiu contratar para a fabricação de Xbox e de smartphones no Brasil o nosso parceiro de negócios, a Flextronics, a partir de janeiro de 2016. O objetivo é que a Flextronics mantenha um nível semelhante de operações no Brasil”, diz a empresa em nota ao Tele.Síntese.

Quais impactos essa venda trará para nós brasileiros?

Com relação a fabricação de produtos, como smartphones e o Xbox, nada mudará, já que a Flextronics é uma grande parceira da Microsoft e já produz alguns de seus produtos em Cingapura, onde fica sua sede mundial. A Microsoft sabe que se deixar de fabricar seus produtos em solo brasileiro sofrerá com a alta carga tributária que incide sobre produtos importados em nosso país, o que a forçará a elevar o preço de seus produtos, o que a deixará ainda mais atrás da concorrência. Então, quanto isso, nada deve mudar, exceto pelo fato de vermos uma outra empresa fabricando seus produtos.

O maior problema mesmo dessa venda é o suporte financeiro a Fundação Nokia e ao INDT, esse último que desde o ano passado adotou o nome de Instituto de Desenvolvimento Tecnológico.

A Fundação Nokia e o INDT eram parte dos investimentos da fábrica. E por isso, com o apoio integral da Microsoft, a Fundação e o INDT estão a procura de outras frentes de financiamento. A Microsoft, no entanto, vai garantir que todos os alunos atualmente matriculados na Fundação Nokia finalizem o curso”, disse a companhia.

A decisão já gerou protestos e uma mobilização em frente a Fundação Nokia, que ocorreu no dia 3 deste mês, em Manus. Após saber que o processo seletivo para ingresso de novos alunos para 2016, ex-alunos, atuais alunos e futuros alunos, organizaram uma mobilização para pressionar tanto a diretoria da Microsoft, como também o governo, para que as atividades da fundação continuem. Atualmente a Fundação Nokia atende mais de 800 alunos, que em sua grande são oriundos de escolas públicas. Muitos consideram a fundação uma peça fundamental para o desenvolvimento da região.

Mobilização feitas por estudantes em frente a Fundação Nokia em Manaus

Mobilização feitas por estudantes em frente a Fundação Nokia em Manaus

O fato é que o futuro da Fundação Nokia e do Instituto de Desenvolvimento Tecnológico ainda é incerto. Quem sabe outras empresas, ou até mesmo o governo, assumam a responsabilidade pelas instituições.

Por fim, até o momento não sabemos como ficará a situação dos funcionários da fábrica. Só sabemos que a Microsoft está ajudando na transição. Acreditamos que a maioria deles serão aproveitados pela Flextronics, já que são mão de obra qualificada, e trariam menos impacto produtivo na mudança. Mas, isso não quer dizer que seus empregos estão garantidos. Hoje sabemos que existem cerca de 2,4 mil pessoas trabalhando para a Microsoft no Brasil, mas, não podemos precisar quantos desses trabalham em Manaus.

Fontes: telesintese e acritica