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Em 2 minutos a Microsoft vai te mostrar qual é a sua estratégia para o mercado mobile e como a realidade mista vai mudar o seu mundo, embora esse texto, leve mais do que dois minutos para terminar a sua leitura.

Apesar da liderança anterior com o Windows Mobile e Windows CE — e Steve Ballmer gastar bilhões com a Nokia, a Microsoft afundou no mercado de dispositivos móveis desde o lançamento do iPhone e do Android em 2007.

No entanto, nos últimos cinco anos, a Microsoft tem guardado uma posição forte no segmento mobile com seus tablets com a grife Surface Pro.  A Microsoft agressivamente está expandindo sua linha Surface para os segmentos de notebook e desktop. Com a proximidade da introdução de novos dispositivos com chips ARM da Qualcomm e a ascensão dos PWA (Progressive Web Apps), a Microsoft pode enfim, fazer um retorno ao mercado de telefonia móvel, mas, não será no mesmo molde dos atuais concorrentes.

O ponto de apoio

Em 2012, a Microsoft entrou no mercado de tablet a todo vapor, mas, o Surface RT, baseado em ARM, falhou consideravelmente no mercado de tablet, devido à falta de apps. A Microsoft, então, inventou uma nova categoria de “tablet pro” que eram tão poderosos como os laptops. Essa visão simples definiu a estratégia da Microsoft para tablets: um tablet pro que pode funcionar como um poderoso laptop com processador e acessórios bacanas, como a tampa do teclado, suporte à caneta, Windows full, Surface Dial, etc…

Levou cinco anos para a Microsoft chegar até aqui e está funcionando. A Apple tem perseguido a Microsoft na categoria “tablet pro” e introduziu recentemente, janelas flutuantes e um dock para o iPad Pro. A chave para a Microsoft foi refazer sua linha Surface Pro e guardar uma posição na categoria de dispositivo móvel e lentamente ganhar quota de mercado, isso é bem parecido com o cenário atual do Windows 10 Mobile e a atuação da empresa no mercado de smartphones. É difícil comparar as vendas do iPad Pro e do Surface Pro diretamente, já que ambas, Apple e Microsoft, não fornecem os relatórios das vendas por unidade do produto. Em 2014, todos as vendas dos iPads superaram os Surfaces Pro em aproximadamente 9x. Em 2017, esse número já caiu para 5x com o Surface Pro aumentando as vendas e o iPad declinando.

Expansão da linha Surface para o mercado de notebooks e desktops

Nos últimos 18 meses, a Microsoft repetiu a “estratégia Surface Pro” em todas as categorias da linha de produtos Mac OS da Apple. Com o notebook destacável Surface Book, o desktop Surface Studio e agora o Surface Laptop, a Microsoft continua lançando novos dispositivos e características inovadoras como: telas destacáveis e o inovador Surface Dial e melhorias na Surface Pen, além do Windows 10 S, que é, provavelmente, o sistema oficial da Microsoft daqui pra frente.

Nos últimos anos, os produtos estagnados da linha Mac OS da Apple estão com dificuldade para bater a Microsoft, com muitos usuários trocando seus Macs por Surfaces. A Apple concentrou em mudar plugues e estranhas características como a barra de toque (Touch Bar) do MacBook Pro. A Microsoft irá continuar assim, atacando agressivamente cada um destes produtos “desktop” até chegar a um quinto do volume da Apple, até o ponto em que os produtos alcancem a velocidade necessária para ganhar o mercado.

CategoriaAppleMicrosoftMicrosoft Futuro Próximo
DesktopiMac 27”

iMac 21.5”

iMac Pro 27”

Mac Mini

Mac Pro

Surface Studio (28”)
Pro LaptopMacBook Pro (15”)

MacBook Pro (13”)

Surface Book (13”)
LaptopMacBook Air

MacBook

Surface Laptop (13”)Surface Laptop (ARM)
Pro Tablet12.9″ iPad Pro

10.5″ iPad Pro

Surface Pro 4 (12”)
TabletiPad

iPad Mini

Surface Tablet (ARM)
PhoneiPhone 6/7 Plus

iPhone 6/7

iPhone SE

Surface Phone (ARM)
Living RoomApple TV

HomePod

XBox One

XBox One X

Surface TV (ARM)

Surface Home (ARM)

Re-entrar no mercado de tablet ARM

Cinco anos após o fracasso do Surface RT, os chips ARM são finalmente poderosos o suficiente para executar apps clássicos Windows 32-bit x86 emulados. Emulação é um truque que a Apple usou duas vezes para mover os usuários do Motorola 68k para o PowerPC e depois para a Intel x86. Os aplicativos rodam um pouco mais lentos, mas, existem poucas queixas de fornecedores ao recompilar apps populares ao longo do tempo para a nova arquitetura do processador, então, isso não será um problema. Não sabemos quais as estratégias apresentadas pela Microsoft para convencer a Qualcomm a adicionar emulação em chips x86 ARM, mas, o suporte ao Windows Server ARM foi, provavelmente, uma boa troca, já que permite o crescimento do ARM nos data centers, hoje, dominado pela Intel, que como sabemos, já está reivindicando suas patentes.

Antes da Microsoft relançar um Tablet Surface baseado em ARM, a empresa provavelmente irá lançar um Surface Book com um chip ARM que executa apps da Windows Store. Surface Laptops e seus parentes mais baratos (Windows OEMs) inundam o mercado e a Microsoft terá uma estratégia bem sucedida entre apps que engloba tanto processadores com chips x86 e ARM. Nesse ponto, apresentar uma Surface Tablet não vai ser nenhuma surpresa. Os tablets Surface serão efetivamente “tablets Pro” que rodam em chips ARM, com o Windows 10 S, Microsoft Office e uma biblioteca inteira de apps 32 bit x86 verificados e controlados da Windows Store.

Fazer dos Progressive Web Apps (PWA) Windows apps

Entenda pessoal, no celular, tudo gira em torno dos apps. Em esforços anteriores, a Microsoft tentou pagar desenvolvedores para portar apps para o Windows Phone. No entanto, foi muito dolorosa essa portabilidade para o Windows Mobile 8, o que dificultou atrair desenvolvedores, que já estavam brigando para instalar seu apps no iOS e Android. A Microsoft finalmente encerrou recentemente o suporte para Windows Phone 8.1.

O Google está pressionando a utilização dos Progressive Web Apps (PWA) que fazem sites desktop praticamente rodar como apps nativos em tablets e dispositivos mobile. Sites como o SoundCloud, por exemplo, agora fornecem uma experiência HTML que está a par com apps nativos, podendo ser utilizado em qualquer dispositivo. Aplicações “Mobile first” caíram no esquecimento, com os web apps, eles agora podem ser usados em desktops, tablets e dispositivos móveis.

Progressiva Web Apps são muito fáceis de transformar em apps para o Windows 10 Mobile, você pode simplesmente fixar uma Live Tile na tela inicial direto do navegador Edge da Microsoft, por exemplo, você pode fazer um teste com o Twitter, basta abrir o Edge no seu Windows 10 Mobile e digitar: mobile.twitter.com e conferir. Agora a Microsoft pode pedir aos desenvolvedores que simplesmente embrulhem seus Progressive Web Apps como apps para o Windows 10, o que é muito fácil de fazer. E a Microsoft pode facilmente convencer desenvolvedores de apps nativos x86 para certificar-se de que seus aplicativos de tablet podem rodar no mobile. Qual é a diferença, realmente, entre um “telefone” de 6.5 polegadas e um tablet de 8″? Quase nada.

Com 500 milhões de usuários do Windows 10 e contando, a Microsoft tem uma base que não pode ser ignorada atualmente.

A Microsoft pode levar um tempo até trazer ao mundo o mítico Surface Phone, que eu prefiro chamar de Surface Mobile. Deve levar alguns anos para estabelecer o Windows 10 S como padrão para o Surface Laptop baseado em ARM, re-introduzir um tablet Surface ARM e deixar as OEMs, como o HP X3, tatear o terreno com contratos corporativos e testar o novo Windows 10 Mobile. A Microsoft sabe que as pessoas não vão sair correndo e comprar um Surface Phone e sinceramente, para a Microsoft, não importa. Eles só precisam de um suporte viável que possa crescer em quota de mercado ao longo do tempo. Você não acredita que isso possa acontecer? Eles já fizeram isso antes com o Surface Pro e deu certo, portanto, não duvide.

2 minutos

Em um vídeo da série, “Explanimators” a Microsoft revela em apenas 2 minutos, sua estratégia mobile. Veja abaixo e ative a legenda em português:

No vídeo acima, a Microsoft desenha uma linha do tempo, onde passamos desde os primórdios dos computadores até os smartphones, que assim, como já reiteramos várias vezes, não fornecem uma boa experiência e serão substituídos pelos óculos, que para a Microsoft, será o HoloLens e a realidade mista.

Todas as grandes empresas de tecnologia estão apostando suas fichas na realidade mista e nos óculos, então, se você ainda acredita que os smartphones vão durar para sempre, bem… eles fazem 10 anos em 2017, que serão comemorados pela Apple, já que ninguém duvida que exista um antes e depois dos smartphones, quando no lançamento do iPhone por Steve Jobs em 2007, então, a Apple pode comemorar com toda a propriedade.

Será que ainda teremos mais 10 anos deste mercado? Sinceramente, acho que não.

Assim como a TV não substituiu os jornais, nem a internet matou todos os meios de comunicações e o iPad não conseguiu ser o dispositivo da era Pós-PC, os smartphones, assim como o Nokia 3310 que voltou, terá ainda o seu mercado, de nicho, que fique bem claro, principalmente para os saudosistas. A realidade mista e dispositivos sem telas, serão a próxima onda.

Ou ter o mesmo fim do iPod, que foi descontinuado pela Apple no dia 27 de julho, depois de mais de 10 anos de serviços prestados, já que a função primordial do iPod, foi substituída pelo iPhone. Com os smartphones deverá acontecer o mesmo, seu uso será substituído ou absorvido pela realidade mista, não sendo algo tão importante como é hoje.

Fonte: TechCrunch